postado em 23/06/2019 04:17
Educação
Pensar em educação é deixar-se levar pela paixão irresistível que a vida nos suscita, refletir sobre a fragilidade de sua constituição, sobre a diversidade de suas formas e sobre as atitudes que devemos ter para admirá-la e protegê-la. Para tanto, faz-se importante o desenvolvimento de conhecimentos, valores, atitudes, comportamentos e habilidades que possam permear o cotidiano das pessoas, a partir de posturas éticas ligadas à cooperação, à solidariedade, à generosidade, ao respeito, à dignidade e ao amor às diferenças. Só o homem com consciência crítica poderá ser capaz de entender o mundo que o rodeia e atuar sobre ele para transformá-lo em lugar repleto de vida em plenitude. Logo, a prática educativa não pode se basear nos meios e métodos tradicionais. Disse muito bem o professor José Pacheco, em sentença que dá nome ao seu mais novo livro: Inovar é assumir um compromisso ético com a educação (2019). Para tamanho propósito, precisamos de ;heróis da vida real;, como ressalta o poeta Bráulio Bessa, em Poesia que transforma (2018): ;os verdadeiros heróis/vivem histórias reais,/não são estrelas famosas,/não estampam os jornais,/são como eu e você,/seres humanos mortais./É aquele professor,/que ensina o aluno a ler./É alguém que mata a fome/de quem não pode comer./Herói é quem faz o bem/sem nenhum superpoder./[...]/Herói é o diferente/que luta por igualdade,/é quem cobra dos políticos/respeito e honestidade,/é quem enfrenta a mentira/com o poder da verdade./Não espere por medalhas,/homenagens de ninguém./A consciência tranquila,/de que você fez o bem,/é muito mais valiosa/que os aplausos de alguém;.
; Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Lava-Jato
Observo que muitos leitores que votaram em Jair Bolsonaro estão revoltados com as publicações dos supostos diálogos do então juiz Sérgio Moro com os procuradores e promotores da Operação Lava-Jato, no site The Intercept Brasil. Há quem proponha a prisão e a expulsão do premiado jornalista Glenn Greenwald, pelas revelações trazidas à tona. Ora, vivemos em um Estado democrático de direito, que tem, entre seus pilares, a plena liberdade de imprensa. Desde quando juiz, procuradores e promotores são fontes da verdade absoluta? A própria Operação Lava-Jato demonstrou que, entre integrantes do Ministério Público Federal, havia procuradores que infringiram a lei. A imprensa chegou a registrar que o então procurador-geral Rodrigo Janot chorou ao identificar que um dos seus auxiliares havia se rendido à sedução do vil metal. A história acumula vários casos de juízes que agiram com parcialidade para atender a interesses nada justos nem republicanos. Então, por que não apurar a origem e a veracidades das informações? Houve ou não uma combinação para tornar indícios e firmar convicções que levaram o ex-presidente Lula à prisão, o que daria aos protagonistas uma projeção nunca antes vista neste país nem conquistada por uma equipe de procuradores, menos ainda por um juiz de primeira instância? Há muitas controvérsias que precisam ser clarificadas. Adotar medidas de exceção, como calar um veículo de comunicação, não abafa eventuais injustiças nem limpa da cabeça da população as dúvidas em torno de todas as ações da Lava-Jato. Até hoje, para ilustrar, o ex-senador Romero Jucá e o senador Renan Calheiros, que enquadrou o Supremo Tribunal Federal, que respondem a vários inquéritos na Alta Corte, não foram importunados. Por quê?
; Mário Henrique Duarte,
Park Way
Câmara Legislativa
Mais uma vez, a Câmara Legislativa do DF decepciona a sociedade, reafirmando que seus deputados distritais são intocáveis, pois impera o corporativismo de seus pares que inviabilizam e impossibilitam punições quando das transgressões do decoro parlamentar. A movimentação no sentido de blindar deputados que praticam posturas antiéticas fica clara e evidente. A blindagem parlamentar que redunda na impunidade não é uma benesse recente, tampouco exclusiva do Brasil e se faz presente no ordenamento jurídico desde a Antiguidade. A ideia de atribuir ao parlamentar certas vantagens tem origem na república da Roma Antiga, em que os tribunos eram invioláveis e ninguém poderia acusar, prender ou puni-los.O arquivamento do pedido de abertura de processo de cassação contra o deputado Robério Negreiros (PSD) contou com a aprovação de todos os membros da Mesa Diretora da Câmara Legislativa. É esdrúxulo e estapafúrdio o colegiado entender que bastou o deputado ter sido punido com seu ponto cortado para que o pedido de cassação fosse arquivado. É tempo de purificação e momento de extirpar agentes políticos inescrupulosos. A imunidade parlamentar, instrumento criado para assegurar a liberdade de expressão, não pode ser usada para proteger deputados que cometam atos ilegais. A sociedade clama e almeja que todos os atos dos deputados, quando denunciados, sejam examinados, caso contrário será permitido que se cometam ilicitudes sob o manto da impunidade. Se os deputados levarem adiante a tarefa de investigar seus pares, estará aberto um caminho para reverter a desgastada imagem da Câmara Legislativa.
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras