postado em 26/06/2019 04:15
Aventureirismos urbanos
No livro Morte e Vida de Cidades, de Jane Jacobs, lançado em 1961, e que viria a ser, imediatamente, um best-seller na área de desenvolvimento do planejamento urbano das grandes cidades, a autora ousou, em pleno apogeu do movimento modernista na arquitetura , época marcada principalmente pela construção de Brasília, criticar o modelo funcional das novas cidades, sobretudo a falta de consideração de muitas delas em relação ao indivíduo, à escala humana e ao desprezo das necessidades sociais das populações que residem nesse espaço.
No livro Morte e Vida de Cidades, de Jane Jacobs, lançado em 1961, e que viria a ser, imediatamente, um best-seller na área de desenvolvimento do planejamento urbano das grandes cidades, a autora ousou, em pleno apogeu do movimento modernista na arquitetura , época marcada principalmente pela construção de Brasília, criticar o modelo funcional das novas cidades, sobretudo a falta de consideração de muitas delas em relação ao indivíduo, à escala humana e ao desprezo das necessidades sociais das populações que residem nesse espaço.
Obviamente, esses pontos fundamentais foram meticulosamente pensados pelo idealizador da nova capital, Lúcio Costa, que, de certa forma, conseguiu contornar esses problemas, graças, sobretudo, à sua ampla formação humanista e ao alto conhecimento técnico e inovador de seu projeto. Dessa forma, por exemplo, projetou e ordenou os espaços em quatro grandes escalas, de forma a dar mais racionalidade à vida de seus ocupantes, dando o mesmo nível de importância a todas as necessidades básicas.
Essa era, na sua visão, de suma importância, uma vez que, em suas próprias palavras, ;é o jogo de escalas que vai caracterizar e dar sentido a Brasília(...) a escala residencial ou quotidiana (;), a dita escala monumental, em que o homem adquire dimensão coletiva; a expressão urbanística desse novo conceito de nobreza (...) e, finalmente, a escala gregária, onde as dimensões e o espaço são deliberadamente reduzidos e concentrados, a fim de criar clima propício ao agrupamento. Podemos ainda acrescentar uma quarta escala, a escala bucólica das áreas abertas destinadas a fins de semana lacustres ou campestres.; É claro que nesse sentido a crítica de Jacobs aos processos de reurbanizações que ocorriam por todo o mundo não se encaixavam plenamente no conceito elaborado para a nova capital.
Brasília, no modelo pensado por Lucio Costa, tinha uma escala humana bem marcada e disposta em todas as superquadras. Mas há de se notar que, da mesma que forma que experimentam os seres humanos, também as cidades parecem cumprir um ciclo natural que vai da sua fundação, passando por sua expansão máxima, até a sua decadência e, em muitos casos, à própria morte.
Brasília, apesar de sua tenra idade, em relação a outras pelo mundo afora, com milênios de existência, passa por um tipo peculiar de envelhecimento precoce. Isso decorre não por culpa de seu projeto de concepção original, mas, tão somente, por causa dos seguidos descaminhos tomados pela capital, principalmente a partir da introdução da chamada maioridade política, quando a cidade passou a ser modificada pelos caprichos e incúria de cada um de seus novos governantes, com o auxílio do nefasto pragmatismo político de sua câmara de representantes.
É esse ciclo perverso que faz com que, a cada quatro anos, a cidade fique mais inchada e adquira novos problemas, que tornam precoce o seu processo de envelhecimento. É nesse sentido também que se insere a mais recente polêmica de transformar a área do Setor Comercial Sul, vocacionada para o segmento de serviço, em área residencial, sem que, contudo, as autoridades entendam que esse não é um problema apenas pontual que diz respeito ao SCS, mas, e sobremaneira, que integra um problema muito maior, que começa justamente pela renovação total de todo o eixo que compreende as W3 Norte e Sul e englobam os setores comerciais dessas duas asas. O mais correto e preliminar seria obrigar os governantes a ler o livro do autor da cidade, intitulado Registro de uma Vivência, de Lucio Costa, antes de querer cometer e pôr em prática qualquer alteração momentânea numa cidade pensada para ser um exemplo para o mundo.
A frase que foi pronunciada
;Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele.;
Drauzio Varella, médico sanitarista
Mais uma
; Sem o menor respeito ao consumidor, empresas aéreas continuam articulando para administrar overbooking. A impressão que há é de parceria pronta com hotéis baratos, para compensar o dano. A Copa, empresa com vários prêmios de pontualidade, começa a sujar a própria imagem adotando a mesma prática.
Espirro
; Pesquisa divulgada pelo Journal of the Royal Society Interface, da Virginia Polytechnic Institute and State University, dos Estados Unidos, informa que um ambiente fechado pode passar horas infectado por um espirro. O ar chega a ser deslocado até 160 Km/h. Os germes podem alcançar até nove metros de distância. Em tempo de secura, o GDF e até mesmo o governo federal precisam investir em campanhas publicitárias para educar a população a espirar na parte de dentro do antebraço. Veja o resultado de diversas formas de proteção do espirro e qual tem uma eficiência maior no Blog do Ari Cunha.
História de Brasília
O Bloco 7 da 208 não vai no melhor dos mundos. No térreo, jogo a dinheiro, e em cima, boate aos sábados. Os moradores estão reclamando. (Publicado em 23/11/1961)
História de Brasília
O Bloco 7 da 208 não vai no melhor dos mundos. No térreo, jogo a dinheiro, e em cima, boate aos sábados. Os moradores estão reclamando. (Publicado em 23/11/1961)