Opinião

Sr. Redator

Cartas ao Sr. Redator devem ter no máximo 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone para contato. E-mail: sredat.df@dabr.com.br

postado em 30/06/2019 04:20
Heróis
Chega a ser humilhante a falta de amor-próprio do brasileiro. Vivemos fabricando heróis como se isso nos trouxesse mais respeito. O sr. Kajuru (senador) fazendo coro com seu amigão Datena (outro bajulador) manifestou-se, dirigindo-se ao Dr. Moro como ;meu herói;. Pela primeira vez, eu, políticofobo, concordo com dr. Gilmar Mendes quando ele diz ser nosso país pródigo em gestar heróis que, depois, se mostram de pés de barro e se desmilinguem. Basta mencionar Fernando Henrique, um dos nossos profetas bizantinos, a quem ninguém dá crédito. Lembremos de sua frase tola sobre o insensível Pelé, que renegou sua filha moribunda ;Pelé é o Brasil que deu certo;. Em suas memórias (que o Correio publicou trechos), revela que era procurado para aconselhamento por outro gênio, paladino da nossa educação, dr. Cristovão Buarque, então ministro de Lula, que descobriu a sabujice e o despachou. ;Chame o Meirelles;, outro ídolo hoje balão apagado. O próprio Lula, guru de tantos, hoje defenestrado de sua empatia, comove apenas alguns gatos pingados renitentes. O dr. Joaquim Barbosa, esperto, caiu fora antes que virasse vidraça, outro salvador da pátria no ostracismo. O presidente recebe arroubos de mito. Neymar não dura muito como gênio, anda com a lâmpada meio deteriorada.
; Renato Vivacqua,
Asa Norte


Inflexão

Há seis meses, o Brasil está sob o comando de um governo ciclotímico. Uma crise puxa outra e assim vai aumentando a insegurança tanto da população quanto dos empresários. Potenciais investidores não arriscam. Alegam que esperam a aprovação da reforma da Previdência. Enquanto isso, a credibilidade do presidente da República despenca entre os eleitores ; na internet, sobram grupos de arrependidos. Os índices de popularidade do governo despencaram de janeiro até junho, segundo pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria. Quase metade dos brasileiros reprovam a forma do presidente de administrar o país. Ele, que fez uma campanha de repúdio à ideologia, tenta, a qualquer custo, até pela formação do seu ministério, impor a teocracia. Nos fóruns internacionais, representantes brasileiros defendem a importância de todos serem cristãos. Apropriam-se de um discurso messiânico, completamente ultrapassado, medieval. Ignoram a pluralidade existente no planeta. A palavra ;gênero; está demonizada, por estar associada à diversidade sexual. Vários artigos, em reconhecidos sites, trazem artigos que mostram os sucessivos vexames do país em encontros e reuniões no exterior. Cabe aos assessores mais próximos convencerem o presidente a uma inflexão. As atitudes do chefe do Executivo não têm sido condizentes com a importância do Brasil no cenário global. Nenhuma mudança implicará risco à soberania nacional, mas manterá o respeito conquistado pelo país.
; Luana Borba da Silva,
Lago Norte


Iniciativa propular

O povo gostaria de saber até quando vamos pagar quase R$ 40 mil a cada parlamentar, julgados, condenados e presos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que não tiveram seus mandatos cassados em função da inércia do Poder Legislativo, que não adotou as providências necessárias para afastar esses condenados da vida pública, por quebra de decoro. Enquanto isso, o Legislativo elabora projeto para punir juízes e procuradores, por abuso de poder. Uma total inversão de valores. Considerando que o Legislativo tem um custo muito elevado, e pouco ou quase nenhum retorno à sociedade, seria bom que fosse reduzido em pelo menos 30% o número de senadores, deputados federais, estaduais, distritais e vereadores. E, no mesmo patamar, a diminuição do número de servidores. Mas como eles não legislam contra seus interesses, teríamos que partir para um projeto de lei de iniciativa popular.
; Armando Ribamar de Carvalho,
Lago Norte


Meio ambiente

O governo não vai admitir, mas, de fato, o presidente da França, Emmanuel Macron, deu um xeque-mate no Brasil no encontro do G-20, em Osaka, no Japão. Macron deixou claro que, se o Brasil deixasse o Acordo de Paris ; compromisso assumido por 195 nações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa ;, não haveria acordo entre União Europeia e Mercosul. O presidente Bolsonaro anunciou que o país continuaria no acordo. Mas será que há garantias de que honrará os compromissos assumidos? A questão ambiental foi transformada em cabo de guerra entre o Brasil e as nações desenvolvidas, que estão preocupadas com o aquecimento global e buscam estabelecer meios sustentáveis de produção, ou seja, menos agressivos ao meio ambiente. Aqui, aliados do governo propõem desmatamento indiscriminado, principalmente na Amazônia, para expandir a produção agropecuária, quando há estoque de terras ociosas próprias à produção agrícola e desenvolvimento da pecuária. É farta a tecnologia ofertada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para elevar a produtividade, inclusive da pecuária, sem necessidade de destruir o patrimônio ambiental. Mas o governo insiste em enveredar na contramão da tendência global, pois padece de esquerdafobia e vê nos projetos de sustentabilidade socioambiental uma pegada ;comunista;. Não importa se a proposta implica bem-estar e promoção socioeconômica à parcela menos favorecida. Isso não pode.
; Humberto Vieira,
Asa Norte







Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação