postado em 18/07/2019 04:05
A conduta de profissionais da saúde de pelo menos três hospitais públicos do Distrito Federal virou alvo de inquéritos policiais. No foco das investigações, estão o Hospital de Samambaia, o de Taguatinga e o de Sobradinho. As denúncias são de descaso com paciente, negligência e até venda de cirurgia. Todos os casos ocorridos entre janeiro e este mês.
A saúde é uma das áreas mais sensíveis do Distrito Federal. Campanha após campanha, o tema vira panfleto de candidatos com soluções para o setor. Começa e termina mandato e, no fim, resta o atestado de péssima gestão do setor. Os casos de queixas se multiplicam e vão desde a longa espera para consultas com especialistas, passando por filas para cirurgias, falta de remédios e de médicos nos prontos-socorros. E, quando os profissionais estão lá, existem alguns que tratam mal o brasiliense no momento em que ele está mais fragilizado: na doença.
Mas a responsabilidade pela realidade que se encontra nos hospitais públicos do DF não pode ser atribuída somente aos profissionais que estão na ponta. Os relatos de quem trabalha em algumas dessas unidades se assemelha a cenas de guerra. É também do chefe do Executivo em última instância. Cabe a ele e ao seu secretário de Saúde diagnosticar os problemas e encontrar alternativas que se traduzam em mais dignidade para o brasiliense que busca os serviços das unidades de saúde.
A expectativa não é de que ocorra uma transformação do dia para a noite. Não há solução a curto prazo. Mas há que se fazer alguma coisa para mudar o cenário da saúde no DF. E isso é urgente. É preciso sair da bolha de gabinetes, se afastar um pouco dos relatórios de burocratas e ir para as ruas ver e ouvir o que diz o povo. Quanto aos inquéritos instaurados pela Polícia Civil e acompanhados pelo Ministério Público do Distrito Federal, espera-se que as queixas sejam apuradas e os responsáveis punidos nas esferas judicial e administrativa.