postado em 18/07/2019 04:05
Feira das ilicitudes
Criada extraoficialmente nos anos 1990, graças à forte pressão exercida pelos ambulantes que vendiam mercadorias pirateadas ou contrabandeadas por diversas áreas do Plano Piloto, a Feira dos Importados, popularmente chamada de Feira do Paraguai, resiste ao tempo e à lei. As mais de duas mil bancas que se amontoam hoje num espaço cedido pela Ceasa vendem absolutamente todo o tipo de mercadoria, legal, ilegal ou ilegalmente, bastando que o consumidor peça sua encomenda ou faça ao vendedor certo.
Como todo lugar onde se encontram produtos contrabandeados ou originários de descaminho, diversas gangues que vivem desse comércio ilegal vão, aos poucos, tomando posse do lugar, ameaçando e expulsando aqueles comerciantes que não se enquadram nas novas regras do lugar. Hoje, a polícia sabe que a máfia chinesa, que atua em todo o continente, vem expandindo seus negócios naquele local, controlando a venda no atacado dessas mercadorias, vindas majoritariamente daquele país.
A briga generalizada que, esta semana, colocou em confronto indivíduos de origem árabe e brasileiros, com o uso de facas, canivetes, tacos de basebol e outras armas foi uma pequena mostra da mudança de perfil dos comerciantes daquela feira e dos negócios ali realizados. O fato é que, quando a polícia realiza batidas naquele local, acaba encontrando não uma ilicitude, mas um conjunto de crimes que, praticamente, perpassa todo o Código Penal.
Soa muito estranho que as autoridades de segurança não tenham ainda alertado ao governo e à população que naquela localidade vem, há anos, se formando um centro gerador de diversos crimes que acabam se irradiando por todo o Distrito Federal. Um simples apanhado no noticiário referente à feira pode dar pequena noção dos múltiplos delitos que ocorrem naquele lugar, sem que providências efetivas tenham sido tomadas. Além das batidas ocasionais feitas pela polícia, com base em denúncias ou crimes constatados, o comércio de produtos ilegais, alguns de venda proibida, segue sem problemas.
Causa espanto também que a Câmara Legislativa, que deveria ter realizado uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre aquela zona de comércio, permaneça silente. O que pode explicar a negligência, como essa, é que a cada eleição, praticamente, todos os candidatos fazem daquele local seu palanque em busca de votos.
Num período particularmente delicado de nossa história, em que algumas autoridades no plano nacional vêm dolorosamente empreendendo um combate contra o crime organizado que tem se espalhado pelo país e vem sendo sabotada por todos os lados, é vital que o poder público local, a quem cabe parte dessa missão, empreenda esforços para não permitir o desenvolvimento desse verdadeiro ovo da serpente, colocado bem no seio da capital de todos os brasileiros.
A frase que foi pronunciada
História de Brasília
A frase que foi pronunciada
;Sem pedras não há arco.;
Marco Polo, mercador, embaixador e explorador veneziano
Pires
Politeia
; Em parceria com a UnB, a Câmara terá mais de 200 alunos participando da 14; edição do Politeia, que começa com a simulação das reuniões a partir do dia 22 próximo. O objetivo da iniciativa é promover o aprendizado prático das atividades legislativas, por meio da simulação de atividades parlamentares e do processo legislativo. Alunos de todo o país estarão em Brasília para o evento que vai até 26 de julho. A abertura será amanhã, às 19h, no auditório Nereu Ramos.
Câmara
; A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional discutirá, em 6 de agosto, o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara. A autoria do requerimento é do deputado Rubens Bueno.
Pires
; Depende do Congresso dar aporte ao orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O Projeto de Lei n; 5876/16 e o Projeto de Lei Complementar n; 78/19 preveem o descontingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O ministro defendeu ainda a necessidade de revisão legal do setor de telecomunicações (PLC n; 79/16), em tramitação no Senado Federal.
Qualificação
; Traz esperança à cidade o encontro do governador Ibaneis Rocha e presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros. O objetivo é a qualificação profissional em restaurante-escola, hotel-escola e uma central de distribuição de alimentos.
História de Brasília
Medicina não é caridade. Tanto os médicos quanto os homens que fazem leis devem ser bem pagos, para que seus trabalhos sejam justos, honestos e bem cumpridos. Os que fazem as leis já são bem pagos. Os médicos, nem todos. Falta a igualdade.
(Publicado em 25/11/1961)