Opinião

Enfim, uma coisa boa

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/07/2019 04:05
Circula nas redes sociais um vídeo emocionante, assinado pelo Detran do Distrito Federal. Para quem ainda não viu, nele, motoristas param e pedestres atravessam na faixa. Alguns deles, segurando cartazes lembrando o orgulho da atitude cidadã, informando sobre a redução de 50% na mortalidade no trânsito e, por último, um questionamento: é motivo para comemorar?

Na cena seguinte, um cadeirante atrás do outro, sobreviventes de acidentes de trânsito, começam a travessia. Alguns levam cartazes sobre a data do acidente. O último deles, um jovem com barba e cabelos compridos, levanta a placa com os dizeres: ;E ainda tem gente que não respeita;, com o símbolo da faixa embaixo.

Talvez essa tenha sido a campanha mais acertada do Detran nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que comemora as conquistas, admite que ainda estamos longe de conquistar a civilidade nas vias. Há estimativas no mundo todo de que, para cada morte, pelo menos quatro ficam feridos. Alguns desses, com sequelas físicas e psicológicas para a vida toda.Vítimas que passam a viver à margem, na invisibilidade.

É lamentável que a epidemia de mortes no trânsito brasileiro ainda seja um tema igualmente invisível, e que a maioria dos governos, seja qual for a esfera, feche os olhos para o problema que, seguramente, vai se agravar ainda mais nos próximos anos caso haja a flexibilização das leis e o fim dos equipamentos de controle de velocidade. E a educação do condutor? Bem, o governo federal demonstrou que essa não é uma prioridade nem mesmo nas instituições de ensino, que dirá a formação do cidadão para um comportamento de respeito à vida e civilidade no trânsito.





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