postado em 25/07/2019 04:05
Inaugurado em março de 2001, depois de anos de hesitações, o Metrô-DF foi pensado para resolver, de forma rápida, o problema criado pelo acelerado crescimento populacional de Brasília a partir da década de 1990, quando a capital foi impelida a adotar a maioridade política. Com isso, o que era uma cidade planejada dentro de parâmetros dos mais elevados conceitos urbanos se transformou, da noite para o dia, em reduto de políticos afoitos que passaram a interferir de modo inescrupuloso no complexo ordenamento da moderna capital.
Da intromissão política atabalhoada, feita apenas para garantir redutos e nichos eleitorais, resultou uma cidade com suas áreas públicas invadidas, onde foram erguidos bairros inteiros e outros assentamentos improvisados. Com a explosão populacional, todos os serviços e infraestruturas da capital ficaram sobrecarregados ao máximo. Principalmente suas vias de ligação, dentro e fora do Plano Piloto.
Congestionamentos, acidentes e engarrafamentos passaram a acontecer, inclusive, fora da hora de pico. A precariedade da malha rodoviária se somou à deficiência dos transportes, feitos geralmente por ônibus velhos e em péssimas condições de uso. Dessa forma, a capital moderna passou a ocupar um dos primeiros lugares, no nada honroso, ranking de cidades com um dos piores meios de transporte do planeta.
Como tem sido recorrente, na maioria das grandes obras realizadas, desse período em diante, logo surgiram as denúncias de formação de cartel, sobrepreços, pagamentos de propina e outros descaminhos que acabaram por elevar os custos da construção do Metrô-DF.
Consultas aos jornais da época, estampando manchetes e notícias sobre esses episódios, dão a dimensão dos crimes caídos no esquecimento ou prescritos pela morosidade costumeira da Justiça. Construído a duras penas, graças aos recursos oriundos dos pagadores de impostos, o que seria a primeira etapa do metrô, com aproximadamente 42 km e 24 estações, ficaria como está, dada à crise nas finanças do GDF que se seguiu.
Uma vez em operação, o Metrô-DF, por algum tempo, atendeu a uma parte significativa dos brasilienses, que descobriram nesse meio de transporte a solução para chegar ao Plano Piloto em tempo razoável. Infelizmente, como tem ocorrido na maioria dos serviços, sob a responsabilidade do Estado, mesmo os mais essenciais, o Metrô-DF acabou por ser abduzido pelo sistema sindical. Para tanto, providenciou-se de imediato a criação de um SindMetro-DF para organizar, contra a realidade do país, benefícios e outras diversas regalias, elevando os ganhos dos metroviários muito acima, inclusive, de outras classes profissionais, como os professores.
Depois de 77 dias de paralisação e de uma visível precariedade no atendimento aos usuários, o que se tem, na falta de investimentos que certamente não virão, é a certeza de que o governo local se convenceu, a exemplo do que ocorreu com o Estádio Nacional, de que é melhor que a iniciativa privada, por meio das PPPs, assuma mais esse abacaxi, seviciado por administrações que nunca tiveram compromisso com a população nem com a cidade.
A frase que foi pronunciada
A frase que foi pronunciada
;A palavra é prata, e o silêncio, ouro.;
Provérbio árabe
Urbanidade
; Desavenças entre vizinhos são mais comuns do que se imagina. Grande parte dos casos acaba no Projeto Justiça Comunitária, do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Quem referenda os acordos é o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Comunidade (Procidadã). Os casos vão desde poda de árvores, cachorros que incomodam, barulho além do tempo e por aí vai.
Só respeito
; Seria o ideal, mas não é o que acontece. Idosos devem ter atendimento prioritário e escalonado por idade. Enquanto as famílias e as escolas não trabalharem a importância de se respeitar os mais velhos, e estarem convencidas disso, o ajuste ao Estatuto do Idoso será inócuo ou funcionará apenas por causa das penalidades.
Interessante
; Desde maio desse ano, o Jornal da Câmara dos Deputados parou de ser feito. Não para economizar papel, uma vez que o formato é on-line, apesar de estar disponível não foi atualizado desde então. Em compensação, o internauta pode ler as notícias da Casa de uma forma menos organizada que um jornal, mas com uma grande vantagem, difícil de se ver na imprensa oficial. As matérias trazem os nomes dos repórteres.
Brasília teimosa
; Motorista amigo
parou na invasão a caminho da UnB e ofereceu caixas de limão da chácara para que os pedintes pudessem vender. A resposta veio com uma espécie de teimosia por trás. ;Não vendemos nada aqui, não senhor. Mas se quiser trazer comida ou roupa, a gente aceita.;
História de Brasília
História de Brasília
Caso lamentável, a concordata da Sousenge. É uma história
típica de Brasília. Todo o dinheiro que ganhou, a firma empregou na construção de um edifício. Era o tempo do dr. Juscelino.
Todo o mundo fazia todos os negócios. Havia otimismo geral.
(Publicado em 25/11/1961)