postado em 03/08/2019 04:05
Qual o plano para os planos de saúde?
Diante da realidade posta pelos números, discutir a importância de reformas como a da Previdência, a reforma fiscal e outras do gênero, pondo em dúvida a oportunidade e a urgência na adoção dessas medidas, não faz sentido. São mudanças que se impõem, se o país almeja deixar o ciclo de crises para trás e iniciar um período de prosperidade e desenvolvimento.
Após a superação dessa fase, outro desafio, tão urgente e necessário se apresenta. Trata-se da reforma ou de uma reestruturação completa e radical nos planos de saúde, acabando com o caráter puramente mercantilista que domina hoje essa modalidade de prestação de serviços privados na área de saúde. Obviamente, não é pela destruição da iniciativa privada que se vai alcançar um mínimo de excelência no setor. Tampouco não será pela substituição do empreendedor privado pelo Estado que se atingirá os objetivos de excelência no atendimento da população. Os planos de saúde alcançam hoje um universo de mais de 30% dos brasileiros, sendo que na Região Sudeste, esse peorcentual sobe para quase 40% , atendendo, sobretudo, a camada dos mais idosos, um contingente que não para de crescer, devido ao envelhecimento natural e rápido da população. O que se sabe e os números demonstram é que tanto a saúde privada quanto a pública não vão bem das pernas.
O desemprego e a crise econômica contribuíram para piorar a situação. Segundo dados da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), nos últimos anos ocorreu um encolhimento de empresas que prestam serviços e uma redução significativa do número de beneficiários de planos privados, num ciclo perverso que acaba prejudicando todo o setor. Nem mesmo o sistema de coparticipação, em que os segurados pagam parte das consultas e exames, tem resolvido esse problema.
A piora acentuada nos atendimentos em hospitais públicos, nesses últimos tempos, não foi capaz de levar as pessoas a aderirem aos planos particulares. As razões são os preços médios mensais cobrados individualmente que giram em torno de R$ 500, e que são sempre reajustados, abusivamente muito acima dos índices oficiais de inflação.
O descompasso entre os reajustes dos preços dos planos e dos salários da população tem feito com que milhões de brasileiros se afastem dessa opção, regressando em massa e com muito medo e receio para o Sistema Único de Saúde, em que o atendimento, de um modo geral, numa avaliação de zero a cinco, feita entre a população, nunca é superior a nota dois.
Ideias para melhorar o modelo de planos de saúde existem em boa quantidade, o problema é como conciliar algum lucro empresarial e em um problema básico e vital que aflige a totalidade da população e que é um dos pretensos direitos inseridos em nossa Constituição.
Fica claro nesse ponto, se o SUS funcionasse em grau de excelência, conforme projetado por seus idealizadores e pago pelos contribuintes, os planos de saúde privados perderiam muito o seu sentido e a utilidade. Apenas por esse detalhe, fica explícito que os planos de saúde prosperam justamente sobre os escombros do SUS, repetindo o mesmo modelo que vem sendo visto com a segurança e a educação. A existência e o crescimento dos estabelecimentos de ensino particulares são favorecidos também pelo sucateamento visível das escolas públicas. Mesmo com todo esse sistema perverso, decorrente principalmente da incúria do Estado, não há um horizonte otimista.
A frase que foi pronunciada
;SUS para mim significa consulta SUSpensa, SUStenta a doença, só atendem no último SUSpiro.;
Dona Maria dos Santos, no pronto-socorro do Paranoá brincando com a filha e com as palavras
Governador
- Marinaldo Guimarães foi quem deu a ideia de se construir uma Praça das Bandeiras com a intenção de divulgar cada região administrativa com suas características, data da inauguração, população, brasão, bandeira e hino.
Novidade
- A Barragem do Paranoá que apresentava um risco enorme com apenas alambrados nas margens, agora tem o guarda-corpo de ponta a ponta. A população que usa esse caminho está protegida.
História de Brasília
A desmoralização do cheque e do título, em Brasília, precisa de uma campanha muito forte. Há homens de fortuna sólida, com negócio de bom rendimento, em prédio da Novacap, com dezenas de títulos protestados. É a vez da Interpol intervir, para evitar prejuízos de comerciantes honestos que confiaram em quem não devia. (Publicado em 26/11/1961)