postado em 11/08/2019 04:05
Mudanças
As transformações históricas e sociais, envolvendo as configurações familiares, principalmente com relação ao papel do pai, estão ocorrendo desde o século passado e não chegaram ao seu fim. A figura paterna tende a estar cada vez mais próxima de seus filhos. Hoje, os pais estão mais participativos e compartilhando vários aspectos da vida de seus filhos, tanto do ponto de vista emocional, social, quanto cognitivo. Ainda há muitos pais que não estão ocupando esse lugar, seja por não desejarem ocupar seja por acreditarem que não podem. Por outro lado, há também muitas mães que não concedem esse direito ao pai de seus filhos. Um filho precisa do par conjugal adulto para construir dentro de si imagem positiva das trocas afetivas e da convivência. Durante o desenvolvimento da personalidade, o pai real se sobressai e ganha consistência quando o filho o percebe, enquanto o desejo da mãe e objeto daquilo que o filho está apto a aprender dele. A literatura aponta que a participação efetiva do pai na vida de um filho promove segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional. Senhor João Prestes, meu primoroso pai, homem amigo que foi, tão valente, defensor do seu lar e dos seus frutos, meu grande e eterno amor. Feliz Dia dos Pais!
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Saúde
No fim de semana, por meio do WhatsApp, ouvi um relato dramático de uma mulher, revoltada com a crise na área de saúde do Distrito Federal. Segundo ela, uma funcionária de um supermercado teve uma parada respiratória, em Ceilândia. Ligaram para o Samu e não conseguiram uma ambulância para prestar socorro à vítima. Na sequência, outros relatos dando conta do quanto isso é normal no DF. A crise na saúde não é episódio recente nem agudo. A dramática situação é crônica. Entra e sai governo e o problema é o mesmo. Mudam-se diretores, secretários, equipes e nada conserta o sistema local de saúde que, além dos recursos distritais, conta com substancial aporte federal, pelo Fundo Constitucional do DF. Mas no DF há belíssimos exemplos de gestão de unidades de saúde que bem poderiam orientar quem chega ao Palácio do Buriti, como o Hospital da Criança e o Hospital Sarah Kubitschek. O Sarah é algo de outro mundo em termos de saúde pública. Recentemente, fui consultado e testemunhei como é possível ter saúde pública de qualidade. A organização, o atendimento, a recepção dos pacientes são fantásticos. Os horários marcados para consulta e fisioterapia são rigorosamente cumpridos. Detalhe: nessas unidades exemplares, os profissionais têm contrato de exclusividade ; nada de ter consultório particular ;, o que faz toda a diferença na atenção aos pacientes.
; Ricardo Afonso de Oliveira,
Jardim Botânico
Previdência
Antes que algum parvo retrógrado me coloque em algum ;viés ideológico;, esclareço que minhas reflexões são apenas a favor da ética e decoro dos nossos homens públicos. Enoja-me ver empresários, políticos e banqueiros, em entrevistas, com lágrimas na garganta alardeando que a reforma da Previdência é benéfica para o povo e que nossos netos viverão melhor. Os deles, sim, pois, todos afortunados não precisarão de aposentadoria para netos nem daqui a 10 gerações. Enquanto isso, continuarão a aquecer as gadanhas nas mofinas algibeiras do sofrido povo. Não existe humanismo ou um pingo de amor ao próximo. Só pensam numa paranoia financeira. Fico triste em ver o presidente da Câmara, serviçal do governo, quando seu pai foi perseguido pelo regime militar. É muita falta de autoestima. O melhor é se preparar para assistir a mais eventos degradantes partindo dos poderosos.
; Renato Vivacqua,
Asa Norte
Decepção
Encerradas as eleições, muita gente comemorou a renovação no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados, cujo percentual foi 47,3%. Muitos jovens chegaram à Câmara Baixa. Imaginou-se que essa moçada poderia irrigar o Legislativo com alguma modernidade. Não se deixaria contaminar pelos velhos vícios dos que lá estão há décadas, que fizeram do cargo a profissão e acumularam riqueza. Mas a decepção não demorou para chegar. Os estreantes aderiram com muita rapidez às velhas práticas da Casa. A aprovação da PEC da Previdência seguiu o ritual do toma lá dá cá. Não se deram ao trabalho de pensar no significado das mudanças e, sem qualquer reflexão, não esboçaram resistência ao que lhes estava sendo empurrado goela abaixo. Não se pode atribuir tamanha leniência por serem jovens, mas, provavelmente, pelos benefícios que os alinhados com o atual governo tenham oferecido. Na prática, os jovens estão cooptados pelos esquemas das velhas raposas, que nunca jogaram para perder, mesmo que o resultado da peleja seja um dano irreparável para a maioria da sociedade, como é o caso da PEC da Previdência.
; Euzébio Queiroz,
Octogonal