postado em 15/08/2019 04:06
O mais recente levantamento de emprego e desemprego da Codeplan revelou que, em junho, havia 336 mil pessoas desempregadas no Distrito Federal. No mesmo mês, eram 12 milhões de brasileiros, na mesma condição, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas ruas, a racionalidade dos números se desdobram em histórias de homens, mulheres e crianças que lutam para garantir o mínimo necessário para a sobrevivência.Na manhã de ontem, chegou à redação por meio de mais uma fonte, a foto de duas irmãs segurando uma faixa pedindo emprego. Uma é enfermeira e outra engenheira. Na semana passada, no semáforo da 1; Avenida do Sudoeste com o Eixo Monumental, um homem, com sinais do tempo na pele, segurava um pedaço de papelão em que pedia ajuda para pagar a conta de água e oferecia os serviços de pintor e pedreiro.
O reflexo do desemprego também pôde ser visto nos rostos aflitos de famílias inteiras nas quadras comerciais da cidade. Nos estacionamentos próximos a mercados e farmácias, homens e mulheres contam com a caridade alheia para levar para casa leite, arroz, feijão e óleo.
Nas redes sociais, a oferta de trabalho também chama a atenção. Em especial pelo desespero de quem pede a oportunidade. Dia desses, uma mulher ofereceu-se para faxinar e fixou o preço em R$ 80, não importando o tempo que levasse para concluir a limpeza ;fico o dia todo, se for preciso. O leite do meu filho só dá até amanhã;. Não demorou muito para ser achincalhada por outras profissionais da área que acharam um absurdo ela baixar o preço quase à metade do que é cobrado. Em outro dia, virou notícia a história de uma moça que oferecia a mão de obra em troca de comida.
A verdade é que não há poesia nas histórias de quem se vira do avesso para conseguir um emprego. Por trás de todas as maneiras usadas para chamar a atenção, há dor, desespero, humilhação e necessidade de sobrevivência a qualquer custo. É uma perversidade do Estado com essa parcela da sociedade que se vê sem saída e se submete a situações extremas para ter o que comer. O governante e a sociedade que fecham os olhos e banalizam essa realidade crescente, perderam completamente a humanidade.