postado em 16/08/2019 04:06
A área de concentração comercial mais antiga de Brasília agoniza (de novo). Becos imundos, calçadas quebradas e bueiros destampados são problemas visíveis para os pedestres que circulam pela W3 Sul. Outrora ponto de encontro da capital federal, a avenida convive ano após ano com a decadência. É triste para o brasiliense ver uma área tão importante para a cidade no estado de abandono em que se encontra, com placas de ;aluga-se e vende-se; para todos os lados.É sabido que o processo de ;deselitização; das áreas centrais é um fenômeno comum às principais cidades brasileiras. Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Santos, por exemplo, vira e mexe lançam programas e obras de revitalização dos espaços públicos, que acabaram deixados de lado com a migração de escritórios e empresas para prédios mais novos e com maior facilidade de estacionamento. Se então é um problema comum aos grandes centros urbanos do país, qual a saída para a W3.?
Sinto que o grande problema da avenida brasiliense é a falta de ;vida;. Com muitas lojas fechadas, passa-se a impressão de ser um lugar qualquer. Basta conversar com comerciante para a lamentação dar lugar a qualquer sugestão de melhora. ;São muitas taxas, tudo muito caro e não tem cliente. Como manter a loja assim?;, diz o dono de um armarinho.
Vou pegar como exemplo o trecho entre a 510 e 513 Sul. Há obras em andamento no local. Estacionamentos estão sendo reformados e ampliados, mas é impossível caminhar ali por conta da poeira e do lixo ; há resto de obras e tapumes abandonados tanto na W3 quanto na W2. Na 511, onde fica a tradicional Pioneira da Borracha, por exemplo, a calçada é um desafio para o pedestre. Todos os seis bueiros ou caixas de luz/telefonia estão abertos. Para evitar a queda de transeuntes, colocaram-se pedras ou tábuas como tampas. Bem mambembe mesmo.
Cuidar da avenida comercial mais antiga de Brasília não tem nada de favor ou nostalgia. É uma área importante da cidade. Propostas para reocupar o comércio existem aos montes. A que mais me agrada é a definição por setor, com incentivos fiscais para abertura de lojas específicas em determinado local. Não seria bacana e cool, por exemplo, se a quadra X fosse a da cultura, com bares descolados, lojas de equipamentos do som, oficinas e tal? E se a Y abrigasse apenas comerciantes de serviços rápidos, como conserto de panelas, sapateiros, alfaiates, cabeleireiros etc. É apenas uma ideia. Se for um devaneio, passamos a analisar a próxima. O mais importante é olhar (e salvar) a W3. Que tal?