Opinião

Ponto para a Justiça

postado em 17/08/2019 04:05
Enfim, uma decisão do Poder Judiciário digna de aplauso, ao menos, por enquanto. O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a volta de Alexandre Nardoni para o regime fechado ; de onde jamais deveria ter saído, diga-se. Desembargadores consideraram que o assassino da menina Isabella Nardoni, 5 anos, deve passar por uma avaliação mais criteriosa antes de ser contemplado com a regalia do semiaberto, no qual estava desde abril. Um dos juízes justificou a decisão: ;A indiferença e a frieza causam assombro. Não há traço mínimo de arrependimento ou remorso pela morte da filha, de sorte que não apresenta prognose (prognóstico) positiva para o benefício obtido;.

O homicida será submetido a um exame psicológico capaz de detectar se ele pode cometer crimes novamente e se está apto a conviver na sociedade. Agora, eu pergunto: precisa mesmo de um teste para isso? A criatura matou cruelmente uma criança, a própria filha! Mesmo assim abrem-se brechas para que ganhe a liberdade.

É assombrosa e revoltante a proteção das leis a criminosos. O assassino de Isabella foi condenado a 30 anos de prisão pelo crime hediondo. O mínimo que se espera é que cumpra a sentença na sua totalidade, mas isso não acontece no Brasil, de jeito nenhum. A própria legislação não deixa. O Código ;Penal; diz que ;o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos; ; o que, convenhamos, já é uma regalia ;, mas quem fica três décadas atrás das grades? Não presidiário brasileiro.

São muitas as benesses para bandidos. Idade avançada, bom comportamento, doença grave, leitura de livros, tudo é motivo para colocá-los na rua mais cedo. O algoz de Isabella teve direito à saidinha do Dia dos Pais! A madrasta dela, Anna Carolina Jatobá, condenada a 26 anos de detenção pela mesma atrocidade, está no semiaberto desde 2017 e tem direito a saídas temporárias, inclusive no Dia das Crianças. É ou não um acinte? Faço coro ao padre Fábio de Melo, que criticou o benefício. Para ele, a saidinha só deveria ser permitida a homicidas no dia de finados, ;para que visitassem os túmulos dos que eles mataram;.

Por causa da nossa legislação ;penal;, logo estarão livres também os assassinos de Joaquim Marques, de 3 anos, em São Paulo; de Bernardo Boldrini, 11, no Rio Grande do Sul; de Rhuan Maycon, aqui no DF, e de tantas outras crianças. Por causa da nossa legislação obsoleta e indulgente, monstros logo voltam ao convívio com seres humanos.






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