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Correio Braziliense
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postado em 24/08/2019 04:05
Transporte ineficiente e o risco dos piratas

Pesquisa divulgada pelo Instituto Americano Expert Market em 2018 colocou o Distrito Federal como a capital com um dos piores transportes públicos de todo o planeta. As longas distâncias entre a moradia e o local de trabalho para a maioria dos trabalhadores que dependem desse tipo de transporte, a situação precária de parte da frota, a falta de fiscalização efetiva pelos órgãos que deveriam cuidar da segurança dos usuários e da pontualidade dos ônibus, entre uma série de outros problemas, ajudaram a colocar a mais moderna capital do país nessa posição absolutamente vexatória.

Durante as últimas décadas, o poderoso lobby dos proprietários das empresas de transporte entre os políticos locais favoreceu a manutenção desse estado de coisas, como o afrouxamento na fiscalização, apesar dos aumentos constantes nas tarifas praticadas. Campanhas eleitorais eram bancadas diretamente por esses empresários que, em troca, desfrutavam das benesses e da leniência do Estado. Com isso, foi sendo estruturado um verdadeiro cartel nos transportes, que controlava as mais lucrativas rotas e itinerários.

Para a população dependente desse tipo de locomoção, restava pagar altos preços e se amontoar em ônibus inseguros, superlotados e sempre fora do horário. Foi justamente nessa brecha, deixada pelo Estado na prestação de um serviço essencial e de qualidade, que surgiram e se multiplicaram os serviços de vans, mais conhecidos como transportes piratas.

Dentro da lógica comum que diz que onde não há Estado há o caos, os transportes de vans se espalharam rapidamente por todo o Distrito Federal, o que rendeu também a essa modalidade clandestina de transporte um status e um poder de lobby difíceis de serem contrariados. Tanto é assim que os sucessivos governos que ocuparam o Palácio do Buriti prometeram pôr ordem nesse setor, sem nunca ter alcançado sucesso digno de nota.

A tática desses empresários se resume em desaparecer quando o controle e a fiscalização arrocham, reaparecendo tão logo os fiscais somem de vista. É nesse vai e vem que as vans piratas continuam, ano após ano, atuando livremente em todo o DF. Lei sancionada há poucos dias pelo presidente Bolsonaro (Lei n; 13.855/19) promete pôr um ponto final nessa modalidade de transporte não apenas em Brasília, mas em todo o Brasil.O endurecimento na punição para esse tipo de transporte, principalmente para as vans que fazem condução escolar, será bem mais rigorosa, inclusive com a apreensão do veículo e multas elevadas.

O curioso é que, em enquete informal feita com milhares de usuários desse tipo de transporte, foi revelado que a maioria deles consideram que as vans são melhores que os ônibus tradicionais, pois chegam mais rápido, todos viajam sentados, com mais conforto, apesar de a tarifa ser um pouco mais alta. Diante de uma situação como essa, em que um sistema de transporte considerado um dos piores do mundo, compete com os piratas, não chega a ser surpresa que os usuários mostrem preferência pela ;qualidade; do concorrente ilegal.


A frase que foi pronunciada

;Acho que exagerei;
Sérgio Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro, a seus colegas de prisão em Bangu. Cabral tornou-se réu pela quarta vez, agora, acusado de 184 crimes de lavagem de dinheiro


Grande evento
; Arquitetos, engenheiros e designers, além de estudantes da área, participarão do 9; Studio Arqflex, no Museu Nacional, em 14 e 15 de setembro. O público também será bem-vindo e poderá fazer as inscrições para participar do evento. Vejam todos os detalhes no Blog do Ari Cunha.

Aos poucos
; A Administração Regional do Paranoá e o DF Legal promovem uma iniciativa muito importante: a conscientização dos lojistas em relação à mobilidade dos consumidores. O hábito de estender as lojas até as calçadas prejudica os pedestres, e não é permitido. Assim, o encontro da próxima segunda-feira será para a orientação. Depois, orientação e repressão e, para quem não conseguiu assimilar, as mercadorias que ocuparem a área pública serão apreendidas.

Terceira fase
; Neste momento, enquanto você lê essa coluna, Davi Klein Levi e José David Salviano dos Santos Monte de Almeida estão se preparando para as provas que farão na Universidade de Brasília. Eles são alunos do Colégio Marista e foram classificados na Olimpíada de Química do Distrito Federal (OQDF).


História de Brasília
Quando um homem nega socorro a um semelhante em dificuldades, quando um homem vê um à morte, ensanguentado, e se nega a transportá-lo, sendo isso, além do mais, uma obrigação de sua profissão, é uma lástima. (Publicado em 29/11/1961)




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