postado em 27/08/2019 04:05
Amazônia
A pressão internacional, capitaneada pelos presidentes Emmanuel Macron, da França, e Angela Merkel, da Alemanha, com a convocação de uma reunião do G7, em Paris, enquadrou o presidente Jair Bolsonaro, cuja política ambiental é um, entre outros, dos maiores fiascos do governo. O Brasil perdeu o protagonismo no debate mundial sobre o tema meio ambiente e no empenho da maioria dos países de mudar as matrizes de produção e econômicas, devido à ameaça que representa o aquecimento global. O Brasil teve papel importantíssimo na construção do Acordo de Paris, assinado por 195 nações em 2015. Hoje, é repreendido pelo mundo por causa da inépcia do atual governo que, em vez de impor mais rigor na preservação do patrimônio natural, tem um discurso voltado ao desmatamento em favor do agronegócio e das mineradoras. Os exemplos recentes de Mariana e Brumadinho, vítimas da mineração, com a perda de dezenas de vidas, só serviram para reforçar o entendimento do quanto é danosa às pessoas e à natureza as técnicas rústicas de explorar minérios no país. Mas a derrubada da floresta e as comunidades que nela vivem pouco importam para o atual governo. O recuo do governo frente as queimadas que se espalham pela Região Amazônica não significam uma guinada na política ambiental. Não só a Amazônia, mas todos os biomas brasileiros demandam políticas efetivas de preservação e de recuperação dos danos que sofreram pela ação predatória dos homens.
João Ariel Lima, Sobradinho
; Nós, que moramos no Centro-Oeste brasileiro, estamos acostumados com uma série de queimadas, neste período do ano. Nem por isso, viramos motivos de discussão mundiais. O nosso ecossistema é tão importante quanto qualquer outro do país. Essa grita geral, em nível mundial, como que vem acontecendo na Amazônia, tem outros interesses. Não preciso ser nenhum Sherlock para constatar que essa balburdia foi iniciada quando o presidente da República decidiu mostrar que a ;A Amazônia é Nossa; e será gerida de acordo com os interesses do Brasil. Se alguém fez negociatas, para receber verbas, com a desculpa de salvar as nossas matas, nossos animais e nossos índios, não vem ao caso, pois é passado. O que não pode é nosso território, cobiçado por todos, que os países estrangeiros gritem, é compreensível, pois estão perdendo muito com nossa independência, mas que brasileiros façam coro com o exterior tem duas vertentes, ou não conhece nada do que defendem, ou têm interesses escusos e antipatrióticos. Ninguém nem os índios sabem mais daquele território, que os militares que o vigiam, dentro de suas limitações, 24 horas por dia. Caso contrário, podem ter certeza, grande parte daquela área, estaria internacionalizada, sob o manto da legalidade. Não por acaso o general Heleno, quando comandante militar da Amazônia, foi impedido de entrar em área de conflito pelos donos do poder. Se você é contra Bolsonaro, é um direito seu, mas ser contra o Brasil, repetindo frases que nem sabe o que diz, pois nunca saiu da orla dos grandes centros, ou de pequenas cidades, a distâncias quilométrica da Amazônia, e nunca se preocupou com a árvore que está morrendo no portão de sua casa, entre nessa briga.
Ruy Telles, Sobradinho
Fernanda Young
Ao ler a última coluna da escritora Fernanda Young, que, lamentavelmente, morreu no último sábado ; fim de semana de luto e profunda tristeza ;, percebi a simplicidade dela ao descrever com precisão o cafona que preside o Brasil. Entramos numa era de densa obscuridade. A tosquice, a deselegância, a falta de cultura e de entendimento a respeito da bela arte produzida neste país, a insensibilidade, a grosseria desmedida... Os atributos são tantos que não haveria espaço num cardemo de 96 folhas para descrevê-los. Sinto vergonha, e como não sentir, ao ver o nosso país entregue a um grupo que compõe, como escreveu Young, o ;império da cafonice;. O Brasil não merece isso. Os brasileiros não merecem o cafona.
Paula Vicente, Lago Sul
;Fernanda Young provocadora criadora de sucessos como Os normais, roteirista, escritora e atriz se consagrou como uma das vozes mais ácidas e irônicas da cultura brasileira. Lamento muito mesmo sua partida.
José Ribamar Pinheiro Filho, Asa Norte
Abuso de poder
Foi noticiado que um juiz de primeira instância, Nivaldo Brunoni, da Justiça Federal do Paraná, determinou que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) retire da pauta de julgamentos o procedimento administrativo contra o procurador Deltan Dallagnol. Ou seja, um simples juiz de piso avoca para si poderes que não tem, pretendendo dar ordens ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministros de tribunais superiores (Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do Trabalho) e a desembargadores federais (Tribunal Regional Federal e Tribunal Regional do Trabalho). É isso mesmo ou o abuso de poder foi definitivamente implantado no Brasil, em nome da farsa da suposta independência funcional, sem maiores consequências?
Milton Córdova Júnior, Vicente Pires