postado em 28/08/2019 04:06
Partidos abduzem a democraciaCom relação ao sistema eleitoral vigente, pode-se afirmar, com toda a certeza, que o voto distrital, as candidaturas avulsas sem prévia filiação partidária e uma cláusula de barreira mais rigorosa teriam, per si, a capacidade de pôr um fim e apagar a fornalha, onde, há décadas, são incineradas montanhas de dinheiro dos contribuintes.
A proliferação de partidos em dezenas de legendas com programas políticos incipientes, que sequer, são conhecidos ou obedecidos pelos filiados, bem como a exigência descabida de filiação partidária obrigatória para todo e qualquer brasileiro se candidatar a um cargo representativo, demonstra, na prática, que a democracia, nos moldes como vem sendo praticada entre nós, foi completamente capturada pelos partidos. Com isso, a porta estreita, onde devem passar os postulantes à vida política, é vigiada e controlada pelas legendas, ou, mais precisamente, pelos caciques dessas agremiações.
Com o advento do presidencialismo de coalizão, essa situação ganhou maior poderio, entregando, de antemão, o controle da imensa máquina do Estado nas mãos dos partidos, mesmo em caso em que seus candidatos não se elejam para o comando do país. O fato de que é impossível governar sem a anuência prévia dos partidos, confere às legendas, de caráter privado, poder absoluto, controlando desde o orçamento da União, por meio da aprovação da LDO, até os mais insignificantes gastos e investimentos necessários ao país.
É do controle que detém sobre esses recursos que os partidos retiram nacos de renda e vantagens de todo o tipo, desde o orçamento impositivo até os aumentos indecentes destinados às campanhas eleitorais e aos fundos partidários. Na prática, muito antes de representar a população, os partidos representam a si próprios e aos seus interesses. A força dos partidos faz deles uma espécie de quarto poder, ao lado do Legislativo, Executivo e Judiciário. Prova disso, é o aumento previsto para ser votado hoje, com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, de R$ 1 bilhão para R$ 3,7 bilhões destinados ao Fundo Eleitoral.
Com isso, somando os fundos eleitoral e partidário, as diversas legendas vão dividir, entre si, a fortuna de R$ 4,7 bilhões, dinheiro público que, em vez de enriquecer instituições de caráter privado, poderia muito bem ser aplicado em educação, saúde, ou mesmo no combate aos incêndios e desmatamentos na Amazônia. Com 14 milhões de brasileiros desempregados, uma soma fabulosa como essa poderia ser aplicada em programas de capacitação e em frentes de serviço em todo o país. Indiferentes à situação econômica e social do Brasil nos últimos anos, os políticos, em sua grande maioria, criam para si vantagens e outros privilégios sem o menor pudor, embora saibam perfeitamente que a maioria da população, inclusive o próprio eleitorado, são contra esse tipo de medida
A frase que foi pronunciada
;Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.;
Machado de Assis, escritor brasileiro
Caos
; Nas prisões brasileiras, os internos têm, obrigatoriamente, que se integrar às diversas organizações que agem dentro e fora das grades. Por esse sistema perverso, cada novo preso que chega é mais um operário cooptado para a organização criminosa, o que engrossa o contingente dessas corporações num ciclo sem fim. A CPI do Sistema Prisional, que aconteceu na Câmara dos Deputados, apontou soluções. Difícil foi a vida dos cinegrafistas que acompanharam a comitiva in loco.
Rascunhar
; Preparar os discursos é o que o presidente Bolsonaro deveria ser aconselhado a fazer. Já dizia o filósofo de Mondubim: ;Não há bons resultados quando se fala com o fígado. Quando a inteligência é substituída pela ira, nada de racional se pode esperar pela frente;.
Patinando
; As reformas necessárias para tirar o país da grave crise socioeconômica terão que ser implementadas o quanto antes. O problema é que boa parte delas geram efeitos, prejuízos e sacrifícios não só para a população, mas para o empresariado, e isso provoca reflexos dentro do Congresso, que tende a seguir os sinais de pressão emitidos pela sociedade e por parte das elites que têm negócios com o Estado.
História de Brasília
Feito este relato, o chefe de Polícia que tome as providências que achar necessárias. Nós, particularmente, achamos um absurdo. (Publicado em 29/11/1961)