postado em 31/08/2019 04:05
O sinal de alerta soou com a morte de um homem, em São Paulo provocada pelo sarampo, doença altamente contagiosa e grave que vem se espalhando pelo Brasil desde o ano passado, em um novo surto. A guarda não pode ser baixada e todos os esforços devem ser feitos pelas autoridades da área de saúde pública para conter a enfermidade. Os órgãos governamentais responsáveis pelo controle epidemiológico garantem que, apesar da disseminação da doença em 13 estados e Distrito Federal, o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) vem sendo seguido à risca e que a expectativa é de começo de declínio das ocorrências nas próximas semanas.Além do óbito registrado em São Paulo ; a unidade federativa tem o maior número de casos no país, totalizando 2.299 ;, há uma morte suspeita de uma criança de 1 ano no interior de Pernambuco, o que mostra que a virose transmitida pelas vias respiratórias tem alto grau de letalidade e deve ser combatida sem descanso. O óbito na capital paulista foi o primeiro no estado desde 1997 e o primeiro neste ano no país, depois de ficar, desde 1999, sem registrar casos fatais.
São Paulo é o campeão das ocorrências, mas o Ministério da Saúde lista 12 casos confirmados no Rio de Janeiro, cinco em Pernambuco, quatro em Minas Gerais e Santa Catarina e três no Distrito Federal. Nos outros estados, há o registro de uma ocorrência. Para prevenir a disseminação, quando há suspeita de infecção os postos de saúde são fechados, temporariamente, para o processo de desinfecção, de acordo com orientação da OMS.
A vacinação é a arma mais eficaz para conter a transmissão do vírus. Por isso, a importância de a população atender ao chamado das autoridades de saúde para a aplicação da vacina. Dentro da estratégia desenhada pelo Ministério da Saúde, está sendo enviado a todos os estados um reforço de 1,6 milhões de doses extras para o bloqueio do vírus transmissor do sarampo. Elas podem ser encontradas nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem a capilaridade necessária para atingir o maior número possível de pessoas. A vacinação é fundamental na prevenção e no combate à enfermidade que pode causar, além da morte, sequelas neurológicas sérias. A meta é chegar a 95% de brasileiros imunizados.
Segundo levantamento da OMS, depois de anos sem registrar infecções pelo vírus, o Brasil já ocupava a sétima colocação no mundo na distribuição de casos confirmados, entre junho de 2018 e maio deste ano. Como a mortalidade por sarampo chega a 1% dos contaminados, o potencial de mortes no país é enorme, se for levada em consideração a população total. Depois de ter sido erradicado do país, a doença voltou a aparecer no ano passado, inicialmente na Região Amazônica.
A baixa cobertura vacinal e a entrada de casos importados contribuíram para a volta da enfermidade e o Brasil perdeu o certificado de país livre da doença, o que também aconteceu na Europa com o Reino Unido, Grécia, República Tcheca e Albânia, e o mesmo deve acontecer com os Estados Unidos nos próximos meses. No continente europeu, são 49 nações afetadas. Diante do avanço do sarampo em todo o planeta, o governo brasileiro não pode dar trégua a essa assustadora ameaça à saúde pública.