postado em 04/09/2019 04:06
Amazônia ditará o futuro do governo
Por certo, a calamidade que se abate hoje sobre a Região Amazônica, com queimadas monstruosas, com a derrubada sistemática de árvores raras e centenárias para formar pastos e com a ação criminosa de centenas de madeireiras clandestinas ali instaladas, agindo livremente em todo esse grande território, não pode ser debitada exclusivamente ao governo de Jair Bolsonaro, que está no poder há pouco mais de oito meses.
Trata-se de um problema que vem num crescendo desde os anos 1970, principalmente a partir da decisão tomada pelos militares para ocupar estrategicamente aquele enorme espaço. Anteriormente, nos anos 1960, a construção da rodovia diagnoal BR-364 pretendeu unir a parte Norte do Brasil ao restante do país, foi seguida por povoamento escasso nos estados de Rondônia e Acre. Posteriormente, entre 1969 e 1974, foi construída, em parte a rodovia BR-230, também conhecida como Transamazônica, com uma extensão de 5.662 quilômetros.
Com a abertura parcial dessas duas importantes vias de ligação, a região foi sendo efetivamente ocupada por brasileiros vindos de todas as partes do país, em busca de oportunidades e de terras baratas. Com sempre, a falta de planejamento sério, meticuloso e sistêmico, que obedecesse e respeitasse as características peculiares daquele delicado ecossistema, fez com que uma possível ocupação necessária, dentro do velho espírito da uti possidetis, se transformasse numa invasão predatória. Pior, a essa ocupação desordenada se juntaram, além de brasileiros movidos de boas intenções, forasteiros de todo tipo, organizações não governamentais interesseiras, missões religiosas marotas, estrangeiros gananciosos e piratas que passaram a agir no contrabando de espécies vegetais e animais nativos, além madeireiras multinacionais, garimpeiros aventureiros daqui e de além-mar e uma infinidade de outros criminosos que agiam livremente numa vasta região com vigilância e controle ignorados pelas autoridades.
Durante décadas, o restante do país ignoraria aquela região. Mesmo os políticos locais, cuja uma parte significativa lucrava com aqueles malfeitos, contribuíram, a seu modo, para transformar as riquezas naturais daquela região em lucros da noite para o dia.
Programas, como a Sudam e outros do gênero, auxiliavam mais as lideranças locais do que a população. Nesse inferno verde de ilicitudes em que se transformou a Amazônia e onde as populações de baixa renda permanecem ainda entregues à própria sorte, o presidente Bolsonaro vê arder em chamas em seu próprio colo.
Embora não se possa culpar o atual governo por essa situação, mesmo após declarações desastradas cabe, exclusivamente, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, encontrar uma solução racional, viável ambientalmente, para esse que é o maior problema nacional do momento.
Pudesse o presidente Bolsonaro empenhar todos os seus esforços apenas na resolução dessa questão, teria valido todo o seu governo. O país e o mundo inteiro estão de olho nesse problema, o que equivale a dizer que estão de olho na capacidade administrativa do atual governo e como serão protegidas nossas riquezas. Isso pode significar um futuro, não apenas para o governo, mas, principalmente para o Brasil e para as vindouras gerações do planeta.
A frase que foi pronunciada
;Como é possível que o sofrimento que não é meu nem da minha preocupação me afete imediatamente como se fosse meu, e com tanta força que me leve à ação? ;
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século 19
Venha!
; Pelo presidente Bolsonaro, a Ancine deveria estar em Brasília. Wilson Witzel pediu que relevasse. Mas o volume de denúncias parece estimular um novo começo. Além disso, Brasília tenta ter um polo de cinema que até hoje não aconteceu com a intensidade esperada pela população.
Abre
; Por falar no governador Wilson Witzel, um dos maiores problemas enfrentados no Rio de Janeiro é a repressão às milícias. Em uma espécie de estado paralelo, cobram por proteção, ganham com as gambiarras, provêm água e gás para a população. Como São Paulo e Rio vão na comissão de frente, em relação à Brasília, é bom ficar de olho para cortar o mal pela raiz.
Gestão urgente!
; Um paciente foi encaminhado ao posto de Saúde da 314 Norte. Buscava uma psicóloga. Meses depois da consulta marcada, acordou cedo e chegou pontualmente no horário estipulado, 8h. Apesar de marcarem a hora, o atendimento é por ordem de chegada. Certo de que falaria com a psicóloga, ele viu que as 20 pessoas que estavam na frente seriam atendidas numa sala de reunião. Nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e assistente social atendem todos ao mesmo tempo. Questão gerencial totalmente descabida. Bonita nos livros, mas longe de uma solução, na prática. Leia a História de Brasília, registrada por Ari Cunha logo abaixo. Foi escrita há 58 anos. Em relação à Saúde, aqui na capital, nada mudou.
História de Brasília
Assistir socialmente a uma pessoa não é fazer caridade.
É respeitar essa pessoa, é renovar a autoconfiança, é fazê-la crer em si, dando trabalho, dando oportunidade de produzir, de ser útil à sociedade. (Publicado em 29/11/1961)