postado em 08/09/2019 04:16
Gênero
Está em aberto o debate sobre ideologia de gênero. O atual governo não reconhece essa discussão, pois, hoje, no Brasil, prevalece a ideologia do machismo. O número de mulheres executadas pelo companheiro ou ex coloca o Brasil no vergonhoso ranking dos países mais letais para o universo feminino. As formas de eliminação das mulheres são muitas. Quando não são vítimas de armas branca ou de fogo, elas são mortificadas pelos abusos sexuais, pela humilhação, pelo escárnio e pela tortura psicológica. No campo do trabalho, elas são golpeadas pelo injusto tratamento discricionário imposto pelos patrões, que as têm como seres incapazes e inferiores ao sexo oposto. O machismo não é exercício nefasto só pelos homens. É uma praga que infecta também muitas mulheres. As fundamentalistas cristãs, com uma visão anacrônica, defendem a subserviência da mulher ao sexo oposto. Cultivam a ideia, entre outras mulheres de seu relacionamento, a ideia de supremacia masculina. Perpetuam valores incompatíveis com o século 21. Ainda se prestam a reforçar a homofobia, que anima e incita a violência entre o gigantesco contingente de machistas. Elas, como eles, desprezam e condenam as novas configurações de famílias, decorrentes da homoafetividade. Para tais distorções,só há um medicamento, produzido a partir da combinação de dois fatores: educação e respeito. Sem ele, os mentalmente pervertidos jamais conseguirão ver as pessoas como pessoas, independentemente da sua prática ou orientação sexual. Enquanto o remédio não chegar a todos, a ideologia de gênero continua na ordem do dia.
; Olívia Torres de Oliveira,
Águas Claras
Cadê os modos, menino?
;Tenha modos;, diziam as mamães aos filhos. Elas educavam meninos e meninas para viverem em sociedade, conviver com o diferente, respeitar os mais velhos. As crianças ouviam. E obedeciam. Quem ousasse contrariar a lição civilizada, era punido. Lembrei-me da frase quando ouvi o ministro Paulo Guedes fazer uma referência desrespeitosa à mulher do presidente francês. ;Ela é feia mesmo;, disse ele. Depois, completou com frase que demonstra quão extemporâneo é o comandante da economia brasileira. ;Não existe mulher feia;, disse ele. ;Existe mulher olhada de ângulo errado.; Triste. Senti vergonha. Meu filho, que também ouviu a frase, comentou sério: ;Ele não teve mãe;.
; Celina Vias,
Lago Norte
Quem paga?
A notícia me deixou indignada. O governador do Rio, Wilson Witzel, vai enterrar R$ 1 bilhão. É isso mesmo. Vai aterrar os buracos da Estação Gávea do metrô do Rio. A obra, que deveria ficar pronta para as Olimpíadas de 2016, foi embargada por causa de denúncias de corrupção. Em vez de correr atrás da solução, o governador optou pelo caminho mais irresponsável. E vai desembolsar milhões para desfazer o feito. Quem paga? O contribuinte, claro. Dinheiro não nasce em árvore. É fruto do trabalho de cidadãos que acordam cedo, sofrem em transporte de má qualidade, enfrentam o trânsito, se viram com salário mais curto que o mês. Sua Excelência ignora tudo isso. Como o bolso é a parte mais sensível do corpo, que tal ele pagar pelo estrago? Com isso, vai sentir a dor que homens e mulheres fluminenses sentem.
; Flávia Augusto,
Guará
Augusto Aras
Jair Bolsonaro escolheu o procurador-geral da República fora da lista tríplice. Muitos o criticaram por isso. Disseram que foi ato autoritário que representa retrocesso institucional e democrático. Acho a reação exagerada. O presidente tem o direito de optar por este ou aquele nome, independentemente da indicação dos pares. A questão é outra. Procurador-geral é aprovado pelo Senado. Tem mandato. O importante é desempenhar as funções que a Constituição lhe atribui com a independência esperada do Ministério Público.
; Marcelo Alves,
Noroeste
Vaivém
Provérbio árabe diz que não se deve ao acaso o fato de termos dois ouvidos, dois olhos, duas narinas e apenas uma boca. É para ouvirmos mais, vermos mais, cheirarmos mais e falarmos menos. Embora tenha nascido no Oriente Médio, o dito é conhecido e repetido no Brasil e no mundo. Estranha-se que o presidente Jair Bolsonaro o desconheça. E, por isso, fala primeiro e pensa depois. O resultado são arroubos irresponsáveis que, pouco depois, são seguidos pelo tradicional ;não foi bem assim;. Voltar atrás é ato inteligente. Só muda de ideia quem tem ideia. Não me parece o caso do presidente.
; Rafael Midas,
Sudoeste