postado em 16/09/2019 04:05
Almôndegas
A imprensa mostrou almôndegas servidas nas escolas públicas do DF, com alto teor de gordura. Vou explicar o que ocorre com esses prestadores de serviços nas escolas: na licitação, a empresa cobra um valor absurdo por determinado produto e entrega esse a mercadoria de baixa qualidade, porque não há fiscalização por parte do governo para checar a qualidade dos itens do cardápio. Antes de entregar o produto nas escolas, essa empresa compra a carne de segunda cheia de gordura e sebo, e não se preocupa com a limpeza dessa carne para fazer as almôndegas. Passa no processador como foi comprado. Raras escolas têm nutricionista ou especialista no assunto para avaliar o que é servido aos alunos. E assim ocorre com outros produtos oferecidos à população.
Sebastião Machado Aragão, Asa Sul
Imposto único
Por mais que eu discorde do atual governo, tenho que parabenizar o presidente Jair Bolsonaro pela demissão de Marcos Cintra, então secretário da Receita Federal, empenhado em ressuscitar a CPMF. Segundo ele, o imposto sobre transações financeiras é o único mecanismo para desonerar a folha de salário das empresas. Os presidentes da Câmara e do Senado avisaram que não apoiam a recriação da tributação sobre transações financeiras. A proposta de reforma tributária do Executivo não teria apoio semelhante ao dado à reforma da Previdência. Não sou economista, mas creio que haja outro mecanismo para garantir justiça tributária. Hoje, os mais desvalidos são os que mais contribuem para os cofres públicos. Os milionários são poupados. Há pouco tempo, assisti a uma reportagem sobre o Canadá. Lá, os tributos consomem cerca de 40% da renda das pessoas. Em contrapartida, os serviços públicos são de primeiríssima qualidade: educação, saúde, segurança e outros de responsabilidade direta do poder público. Ninguém é contra a cobrança de impostos, pois sem eles o Estado não tem como se manter. Mas, no Brasil, o que vemos é o dinheiro dos impostos garantir mordomias abomináveis, inexistentes nos países desenvolvidos: carro oficial, viagens de autoridades na primeira classe, cartão corporativo para presidente da República e outros integrantes do primeiro escalão do governo, excesso de cargos comissionados, gastos absurdos de refeições para magistrados, auxílios de todas as espécies e por aí vai. Os impostos asseguram uma vida nababesca aos que ocupam cargos importantes nos Três Poderes da República, algo que afronta os cidadãos. Um escárnio. Os serviços essenciais são de péssima qualidade. A população tem tratamento inferior ao dado ao lixo no país. A reforma tributária é imprescindível, desde que garanta justiça fiscal.
Assis Bhenz Mesquita, Lago Sul
Luis Miranda
O senhor Luis Miranda, eleito deputado federal, com mais de 60 mil votos, sem ter pisado no solo brasiliense, está num emaranhado de denúncias de falcatruas. A última edição do Fantástico, programa da Rede Globo, revelou que ele teria enganado dezenas de pessoas, vendendo a possibilidade de enriquecimento com aplicações, recuperação de veículos danificados por meio da internet. As pessoas tiveram enormes prejuízos financeiros e, na esteira, grande desgaste emocional. Mas o parlamentar segue vida normal na Câmara dos Deputados, integrando várias comissões, como se nada estivesse ocorrendo. Foram constatadas irregularidades na prestação de contas da campanha eleitoral. Mesmo assim, ele foi diplomado pela Justiça Eleitoral. Como se vê os mecanismos para barrar candidatos que tenham cometido ilegalidades é pura ficção no âmbito do Judiciário. No entanto, o mais estranho é Câmara se manter inerte diante dos fatos trazidos a público. O corporativismo fala mais alto, pois grande parte dos deputados, sobretudo daqueles que compõem o alto clero, tem explicações a dar à Justiça. É vergonhoso ter um parlamento desse baixo quilate a produzir leis e ignorar a máxima constitucional de que ;todos são iguais perante a lei;.
João Ariel Lima, Sobradinho
Queimadas
É assustador o número de queimadas em todo o país. O cerrado está ardendo em chamas, o que significa uma perda imensurável da flora e da fauna. Todos os anos, a tragédia se repete. Faltam ao país medidas preventivas. Sabe-se que a chegada da estiagem vem acompanhada de grandes incêndios. Então, indaga-se: por que o poder público não atua preventivamente, com acertos e outras medidas que possam mitigar os estragos provocados pelo fogo? A imagem do país fica deteriorada no exterior com tamanhas perdas. Temos uma flora riquíssima que não foi completamente estudada pelos especialistas e capaz de oferecer muitas soluções à saúde humana. Despreza-se uma riqueza imensurável devido ao descaso das autoridades. Na sequência, vem o período chuvoso. É outra fase de enormes catástrofes. O motivo maior se repete: ausência de medidas preventivas. O poder público precisa ser mais eficiente diante desses fenômenos previsíveis. Em todos os eles, vidas humanas, além do meio ambiente, correm riscos irremediáveis.
Wilson Cosme, Asa Sul