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Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 28/09/2019 04:11
Muito tabu e pouca racionalidade

Como todo assunto que requer uma pausa no preconceito, obrigando as pessoas a repensarem o que acreditam ser o monolito, no qual estão esculpidos seus valores e dogmas, quaisquer questões que envolvam mudança de paradigmas são logo bombardeadas sem que haja possibilidade de serem explicadas. Foi assim com a questão do divórcio, um assunto tabu e que sofreu grande resistência por parte da Igreja e da sociedade conservadora, embora as tentativas de institucionalização dessa questão aparecesse, de forma tímida, desde a proclamação da República em 1889. Foi somente em 1977, com a Emenda Constitucional n; 9, que o divórcio foi instituído pela Lei n; 6.515. De autoria do ex-senador Nelson Carneiro, a controversa lei provocou grande polêmica naquele período também. Lembrando que nos anos 1940, 1950 e 1960, mulheres desquitadas ou que decidiram deixar seus maridos, por violência ou outros motivos justos, sofriam horrores e preconceitos de toda a ordem, sendo taxadas de ;mulheres de vida fácil; entre outros maus dizeres.

Até uma colocação no mercado de trabalho era tarefa difícil. Viviam marginalizadas, perseguidas e mal faladas. Em outras questões fundamentais, e que dizem respeito à evolução e à transformação natural da sociedade, persistem ainda certos tabus em assuntos como o feminismo, a educação sexual de adolescentes, o papel da mulher na vida moderna, orientação sexual, percepção de gêneros, aborto, entre outros temas que mostram a dinâmica social como um fenômeno ligado à história humana.

Nesse sentido, merece reflexão profunda também a questão hodierna da regulamentação do uso medicinal de remédios à base de canabidiol. Como todo assunto tabu, a aceitação do princípio farmacológico desse produto tem merecido, por parte das autoridades, as mais controversas avaliações, sendo, como toda novidade neste país, bombardeado com os mais estapafúrdios argumentos. Curioso observar sobre esse e outros temas tabus, que a antiga resistência feita pela Igreja Católica a certas mudanças nos hábitos e condutas sociais vai sendo substituída pela oposição ferrenha das igrejas neopentecostais, principalmente porque elas adquiriram certo status político dentro do Congresso e, portanto, maior poder de influir em assuntos nas esferas cíveis.

Em depoimento contundente e emocionado, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) comentou sua relação e experiência com os remédios à base de canabidiol, sensibilizando seus colegas da Comissão de Direitos Humanos (CDH) a aprovar, por meio de projeto de lei, que tramitará na Casa, o uso desse tipo de medicamento. Segundo a parlamentar, que ficou tetraplégica há algumas décadas, por causa de um acidente, há significativos avanços em seu tratamento desde que começou o uso medicinal dessa substância à base de THC. ;Eu mexo muito pouco do pescoço para baixo, mas eu mexo muito mais do que eu mexi um dia, porque eu era uma pessoa deitada, que respirava numa máquina, que não falava, que não sentava, que não sentia e que não se mexia. [...] Sabe por que eu faltei tanto tempo aqui, fiquei de licença? Porque durante todo o período em que fiquei sem ter o THC, eu desenvolvi uma epilepsia refratária; , disse a senadora, ressaltando que, além dela, milhares de pessoas em todo o país sofrem com o mesmo problema e com outros tipos de complicações, justamente pela falta desse tipo de medicamento. Na sua avaliação, é preciso que o Congresso não impeça que outros brasileiros possam ter a mesma qualidade de vida e de saúde. ;Temos que legislar também com o coração;, disse a parlamentar, lembrando que, hoje, o THC é fundamental em sua vida. ;Quando ele entra no meu corpo é como tirar o desconforto e a dor com as mãos;, disse a deputada.

A frase que foi pronunciada

;E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.;
Gênesis 1:12

Câmara Legislativa
  • É muito interessante o PL n; 333/2019, que permite a entrada de cães em asilos. Mas se quiser ver um idoso feliz realmente é só encher a casa de crianças. Esse contato é saudável tanto para o futuro, com crianças que respeitam os idosos, quanto para o passado, resgatando a alegria do idoso.

Sucesso total
  • No restaurante do Sesc, no Senado, uma homenagem ao Rio de Janeiro. Dos aventais dos garçons à decoração da mesa, tudo sobre o tema carioca ; ;Rio de Janeiro ; Sabor em todos os sentidos;. Teresa Corção, a chef embaixadora de cozinha brasileira do Senac RJ, impressionou em todos os aspectos, inclusive no detalhe de uma florzinha comestível enfeitando a rabanada.

História de Brasília
O dr. Jaime Almeida é, agora, diretor financeiro. Cada vez que viaja para o Rio, os empreiteiros vão ver se ele embarca mesmo, e, quando volta, as mesmas pessoas vão ver se a pasta veio mais ;reconfortante;. (Publicado em 30/11/1961)

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