postado em 03/10/2019 04:12
Fatos seguramente relevantes para a vida da sociedade têm, aos olhos de historiadores, a capacidade de assinalar marcos que delimitam e fixam fronteiras temporais, separando tempos com características distintas. São as chamadas datas históricas, que funcionam como uma espécie de coordenada temporal, facilitando, de forma didática, o entendimento de cada período dentro da história humana. Assim é que os ataques terroristas às torres do World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, são o fato que melhor registra e delimita a entrada da civilização Ocidental no século 21.
A partir daquele instante, estava inaugurado um novo tempo, em que as ameaças de grupos terroristas e suicidas levariam a uma inquietude nunca vista pelos países desenvolvidos. Era como se as cruzadas medievais iniciassem um caminho contrário, partindo agora do Oriente Médio, em direção ao Ocidente, opondo os guerreiros de Alá aos cristãos do mundo moderno e rico.
Da mesma forma que o século 21 foi marcado por esses ataques sangrentos e indiscriminados, o século passado terminou melancolicamente com a queda simbólica do Muro de Berlim. Com esse evento, ocorrido em 9 de novembro de 1989, pôs-se fim à Guerra Fria e à divisão do mundo em dois blocos. Mais do que a reunificação das duas Alemanhas, a queda desse muro de 65 quilômetros, dividindo um mesmo país em parte Oriental e Ocidental, representa para muitos historiadores um marco que anuncia, de modo patente, o grande fracasso representado pela experiência do sistema socialista.
Três de Outubro passou a ser a data oficial que marca a reunificação alemã e que passou a ser chamada de Dia da Unidade Alemã (Tag der deutschen Einheit). Dessa forma, o fim do conturbado e revolucionário século 20 terminou, deixando em ruínas o que seria o grande sonho do marxismo, com a tomada do poder pelo proletariado. Na verdade, o que ocorreu, durante todo esse período, nada mais foi do que a tomada do poder pela nomenclatura do partido comunista, deixando os trabalhadores na miséria.
Nesse sentido, o século passado deixou ainda um enorme passivo para os 100 anos posteriores, entregando ao sistema capitalista a responsabilidade de pôr em ordem a questão das desigualdades, um problema aparentemente sem soluções à vista, mas que requer a tomada de um conjunto de providências capaz de evitar colapsos futuros.
Com o fim do socialismo e do estatismo sobre a economia, cumpria-se a perspectiva proposta por Hegel no século 19 de que os últimos 25 anos do século 20 seriam marcados pelo equilíbrio entre o liberalismo e a igualdade jurídica, confirmado, no caso aqui, pelo chamado Estado do Bem-Estar Social, com o advento dos Direitos Trabalhistas e outras conquistas alcançadas pelos trabalhadores, como é o caso da Previdência. Para alguns historiadores, como Francis Fukuyama, a queda do Muro de Berlim significou ;o fim da História;. Do comunismo, afirmou Fukuyama, não sobrará nem o rastro.
A frase que foi pronunciada
;A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo;
Vladimir Maiakóvski, poeta, dramaturgo e teórico russo
Dois
; Já são dois os senadores que não aguentaram a seca do cerrado. O senador potiguar Styvenson Valentim e o senador capixaba Marcos do Val receberam cuidados médicos para amenizar o mal-estar.
Sem cartaz
; Na embaixada do Brasil em Berlim, a iniciativa do Partido dos Trabalhadores de protestar contra as queimadas na Amazônia foi uma vergonha. Dez manifestantes ocuparam o local.
Desafio
; Foi lançado neste ano, pelo Conselho Nacional de Justiça, os procedimentos relativos a pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade. Trata-se
de orientações a tribunais e magistrados. Não sabemos, mas, durante o caso Denílson, ficou claro que crimes envolvendo índios trabalham com uma nova ótica, conceitos multiculturais e necessitam equalizar o Estatuto do Índio, a Constituição e convenções internacionais de direitos humanos.
Engraçado
; No Hospital Brasília, uma placa indica a sala dos injetados com contraste. Abaixo, há o espaço para a tradução em inglês, onde se lê: ;English text;. Quem repara exibe um sorriso de soslaio. Veja no Blog do Ari Cunha.
Manutenção
; É preciso fazer manutenção nos semáforos da cidade. São muitos os que estão com o botão verde sem acesso aos pedestres durante a travessia.
História de Brasília
; O Niemeyer é que anda meio triste. Acha a cidade meio parada, o povo diferente. Eu acho que é ciúme, natural em quem lega uma criação de muita estima. (Publicado em 30/11/1961)