Aos 74 anos, Gal Costa mostrou que se moderniza a cada ano com o lançamento de A pele do futuro (ao vivo), álbum gravado durante a turnê iniciada em dezembro. A cantora não se cansa de ousar, mesmo depois de 50 anos de carreira. E está longe de querer parar. Na entrevista, feita no dia do aniversário da artista, em 26 de setembro, ela me disse: ;Estou feliz, disposta. Não fico pensando muito em idade. Sempre acho que estou mais nova. Poderia viver até os 150 anos;. E, aposto, que lançando música boa durante todo esse período!
Elza Soares é outro exemplo. O que a cantora fez em Planeta fome (2019) poderia ser inimaginável para alguém com 82 anos. Não para ela, que, desde 2015 ; quando lançou A mulher do fim do mundo, na época com 78 anos ; derruba toda e qualquer barreira, se mostrando mais ativa e criativa.
Às vésperas de completar 80 anos, o maestro e pianista João Carlos Martins escreveu o livro João de A a Z, uma biografia em que compartilha com o público as vivências de uma trajetória de superação. Caminho esse que tem uma renovação aos 64 anos, quando ele teve que largar de vez o piano, devido aos problemas físicos, e começou do zero a vida da maestro. Hoje, é um dos mais conceituados do Brasil e do mundo.
Também foi próximo aos 80 que meu avô Adrino Aragão, que completou 83 no último domingo, resolveu desbravar o mundo que tanto conhecia nas páginas dos livros, agora a bordo de aviões. Esse vaivém de aeroporto o tem inspirado. Ele, que é escritor de forma integral desde os 55 anos, voltou a escrever e está prestes a lançar um novo livro.
Sorte a de Zeca, Gal, Elza, João e meu avô Adrino, que descobriram que a idade não deve ser motivo de limitação. Sorte a nossa, que podemos aprender com eles que a vida pode ser ainda mais proveitosa e inspiradora depois dos 60. Que venha a longevidade!