Opinião

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postado em 04/11/2019 04:15
Racismo

Como leitora assídua do jornal, estou acompanhando a série sobre o racismo. As reportagens, desde o primeiro momento, mostram pessoas que não se curvaram à idiossincrasia dos preconceituosos que, burramente, acham que, num país marcado pela miscigenação, é possível falar em supremacia branca. Ao contrário de países que reconheceram os erros cometidos no passado, o Brasil persiste em trilhar os condenáveis caminhos da escravidão. O Estado brasileiro é omisso e nunca houve um governo que cogitasse a reparação da dívida social existente em relação aos negros. Os imigrantes europeus foram contemplados com subsídios para aqui se estabelecerem e construírem fortuna. Aos negros, restou o destino de ser escravo daqueles que foram pagos para usufruir da riqueza da nossa terra. Não faltam, no entanto, os que se colocam contra as cotas, um pífio reconhecimento de que aos negros não foram dadas as mesmas oportunidades. A meu ver, o Correio deveria escarificar um pouco mais essa ferida étnico-social que não cicatriza, enquanto as pessoas insistirem em medir a capacidade das outras pela cor da pele. Quem, como eu, assistiu algumas autópsias bem sabe que não há diferenças no interior do corpo humano de brancos e pretos, embora muitos tenham nutrido a desumanidade pelos que considerou diferentes. Nós , negras e negros, podemos sentir muito orgulho dos nossos ancestrais, que foram símbolos de resistência, mas, dificilmente, dos políticos e da Justiça que fazem vistas grossas ao racismo que vitima milhões de brasileiros devido à pele preta.
; Herondina Soares,
Asa Norte


Collor


Pela longa entrevista de Fernando Collor ao Correio Braziliense (3/11), em que reconhece e se arrepende dos erros cometidos no seu governo, levando-o ao impeachment, e se for verdade que a experiência é mestra da vida, será o melhor candidato na próxima eleição presidencial.
; Elizio Nilo Caliman,
Lago Norte



; Bom e saudável que Collor volte a conversar com a imprensa. Passou anos arredio a entrevistas. Collor tem muito a dizer, contar e esclarecer. Sem mágoas e ressentimentos. Sua intenção é ajudar aqueles que lhe sucederam. Sempre colaborando para o crescimento do Brasil. A vida e a idade ensinam boas lições ao coração e a alma. Só os decaídos de espírito não avançam em grandeza e desprendimento. Nessa linha, o ex-presidente e senador deu longa, excelente e oportuna entrevista ao Correio Braziliense (3/11). Abriu o coração. Como de hábito, foi sincero, isento e firme em suas opiniões. Com vigor e determinação. Admitiu que foi arrancado da Presidência da República porque não tinha sustentação política. Imaginava ser um ;super-homem;. Quando, na verdade ,era apenas um idealista eleito aos 40 anos de idade. O que serviu de munição pesada para os paladinos de barro, que venceu nas urnas na disputa presidencial, solaparam-no do comando da Nação. Advertiu Bolsonaro para que não cometa os mesmos erros. Mostrou-se apreensivo ;com certas manifestações que são claramente dadas pelos filhos;. Algumas delas, do próprio presidente. Fez mea culpa por ter levado a público, na campanha presidencial, o nome de Lurian, filha de Lula. A seu ver, Lula é alvo de injustiça. ;Essa condenação merece ser reconsiderada;, destacou. Esclareceu aos desavisados e cultores da torpeza e da leviandade que todo dinheiro do confisco e dos ativos foi devolvido em 18 parcelas. A última, paga em agosto de 1992. Collor afirmou ser favorável à Lei de Abuso de Autoridade porque se diz vítima do abuso de autoridades que extrapolam em suas funções. Defende a Constituição e um Senado forte e soberano. Collor sofreu impeachment político. No STF, foi absolvido por unanimidade. Jamais temeu eleições. Sempre elegeu-se pelo voto direto. Espera ser julgado ;como um homem que se antecipou ao tempo;.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


Violência


A morte do líder indígena e guardião da floresta Paulino Guajajara, na sexta-feira, em confronto com madeireiros na terra indígena Arariboia, na região de Bom Jesus das Silvas, no Maranhão, é o prenúncio de que muitas outras emboscadas contra líderes indígenas, rurais e ambientalistas estão a caminho. O poder público desrespeita os povos originários, relega a plano secundário o patrimônio natural (flora e fauna) e incita madeireiros e garimpeiros a ocuparem as terras indígenas, em radical afronta à Constituição. A máquina pública se move em desfavor dos povos da floresta, como se eles não fossem serem humanos dignos de respeito. São desumanas e ultrajantes as políticas públicas contra as diferentes etnias e comunidades tradicionais deste país. Vivemos tempos obscuros e de terror no interior. O risco de morte não se circunscreve aos que vivem nas periferias das cidades, desprovidos de atenção governamental. O mesmo risco é estimulado e invade as matas deste país. Que vergonha para o Brasil, que não sabe proteger o seu povo. Os povos e guardiões das florestão estão de luto.
; Maria Guadalupe Aroeira,
Lago Norte




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