postado em 06/11/2019 04:15
Os pobres homens das terras ricasDe acordo com um dos últimos dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os estados da Região Amazônica têm, no conjunto, os mais baixos níveis de qualidade de vida de todo o país. A questão é curiosa, uma vez que se trata de uma região onde estão concentradas as maiores fontes de recursos naturais de todo o Brasil. Recursos abundantes, como água, minérios diversos, madeira, produtos extrativos, ouro, nióbio, terras raras e diversos outros bens naturais de grande valor comercial, em nada têm contribuído para fazer das populações locais cidadãos com razoável qualidade de vida. Pelo contrário, quanto mais essas regiões são exploradas e exauridas de seus bens, mais a população se vê na condição de pobreza e de esquecimento.
O imbróglio central que pode explicar, em parte, essa contradição na qual brasileiros em situação de miséria caminham sobre as maiores riquezas naturais do país, pode ser entendida muito além do chamado determinismo geográfico, que coloca populações em regiões distantes do poder central, às margens do desenvolvimento. É fato que, por séculos, a Região Amazônica vem sendo deixada de lado por todos os governos, não apenas da esfera federal, mas, inclusive, pela maioria dos próprios governos locais.
O subdesenvolvimento crônico desse conjunto de estados do Norte é testemunha clara dessa incúria secular e depõe contra a maioria dos governos e das autoridades responsáveis por essas unidades da Federação. Depois da Transamazônica e da criação da Zona Franca de Manaus, dois importantes avanços na infraestrutura da região, ainda em meados do século passado, muito pouco tem sido feito de forma efetiva, para elevar o Índice de Desenvolvimento Humano das populações locais.
Para se ter uma pequena ideia, em Breves, na região do Pará, colocada como a capital da Ilha de Marajó, com 92 mil habitantes, 38% das crianças com idade de até cinco anos sofrem de desnutrição crônica. Esse percentual, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), está acima do índice nacional, que é de 13%.
No Pará, nada menos do que 85% das residências não têm rede de esgoto. Essa deficiência contribui para a mortalidade infantil na região. Apenas como ilustração, em 2016, 2.157 crianças morreram antes de completar um ano. Muitas famílias nessas regiões têm vivido abaixo da linha de pobreza. Muitas contam com a ajuda de programas, como o Bolsa Família, para não passar fome.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Região Amazônica, onde vive cerca de 9 milhões de crianças, é um dos piores lugares de todo o continente para a infância. Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Roraima, Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Acre, estados que formam a Amazônia Legal, têm praticamente os mesmos índices de desenvolvimento humano, carecendo de moradias, sistema de educação e saúde regular, saneamento, atendimento adequado aos direitos das crianças. Na região, a existência do trabalho infantil é uma constante em grande parte dos municípios. Os brasileiros do Norte, abandonados à própria sorte por séculos, sabem que agora o mundo todo está de olho na Amazônia, não exatamente em sua população, que continua explorada por nacionais e estrangeiros, mas em suas riquezas.
A frase que não foi pronunciada
;Consumo, logo existo.;
Diria o filósofo René Descartes, se vivesse no nosso tempo
Ação
; Um dos pontos da proposta entregue pelo presidente Bolsonaro ao Congresso foi a incorporação pelo município vizinho do município com menos de
5 mil habitantes. Outra iniciativa é restringir a criação de novas cidades. Se for aceita pelos parlamentares, pode equilibrar a situação das contas no setor público.
Eu vi
; Um dia atrás do outro. No último dia de outubro, um motoqueiro que responde por aplicativos de comida, corria pela L4 antes de entrar na Ponte JK. Nem deu tempo de os motoristas se recuperarem do susto pela velocidae do rapaz. Poucos metros depois de entrar na ponte JK, foi acidentado.
No dia seguinte
; A mesma coisa. Uma pressa descabida de outro motoqueiro que também levava alimento colocava a segurança e a própria vida em segundo plano. Resultado. Mal passou pelo Varjão, espatifou-se no asfalto. Como não há freios impostos pelos donos dos estabelecimentos, acidentes desse tipo são rotina há um bom tempo.
História de Brasília
Brasília precisa do Código Tributário, da Lei de Isenção de Imposto de Renda, das verbas do Orçamento da República, e a pessoa indicada para tratar do assunto é o nosso senador. As conversas políticas em torno da queda, ou não do Gabinete, que fiquem para os outros, que são muitos! (Publicado em 3/12/1961)