postado em 07/11/2019 04:15
Leviatã na mira da modernidade
Talvez motivado por seu gigantismo geográfico, achou por bem o Brasil, criar um Estado que fizesse par tanto ao seu colosso territorial diverso quanto à sua multiculturalidade, advinda de três continentes e que aqui compuseram a nova raça, sui generis e mestiçada. Passada a fase embrionária da industrialização do pós-guerra, atendidos os requisitos necessários para o desenvolvimento, todos os governos que vieram na sequência, com ou sem democracia, acreditaram ser o estatismo o único meio seguro para o país encontrar o caminho do progresso.
Depois de alguns acertos e muitos erros, ao fim de um processo de estatismo que se estendeu até as portas do século 21, o que restou desse modelo foi a construção de Ciclope que passou a se alimentar diretamente do sangue dos cidadãos, transformados todos em contribuintes ou, mais precisamente , doadores compulsórios de sangue.
A criação de um Estado dessa envergadura e complexidade, obviamente, passaria a exigir mais e mais energia de todos, até a um ponto de autodestruição do modelo. É certo que, seguindo numa sequência insensata como essa, em que à medida que Estado cresce, declina, no mesmo ritmo, o índice de desenvolvimento humano da população, chegaria um momento em que um ponto de inflexão, ou de uma virada abrupta, se faria necessário, sob pena de toda uma nação ser engolida pelo gigante.
O que se tem neste momento é precisamente esse fim de um ciclo de irracionalidades em que o Estado gasta absolutamente tudo o que arrecada para se manter em pé, respirando. É justamente essa retroalimentação contínua do Estado que, exaurindo todos os recursos do país, torna o Brasil, claramente ingovernável do ponto de vista de suas finanças, que precisa ser detido com urgência máxima.
É preciso colocar esse nosso Leviatã inzoneiro sob a mira da modernidade. É sabido que tal esforço que , ao mesmo tempo, flexibiliza os gastos em educação e saúde, descentralizando os recursos da União, além da extinção de todos os municípios com menos de 5 mil habitantes, cuja a arrecadação seja menor que 10% da receita total, sofrerá enorme oposição do Congresso. Basta ver o que foi feito com a reforma da Previdência e com o pacote de segurança que, sequer foi apreciado.
A resolução das finanças do Estado, alterando o modelo de gasto público e dando maior poder e recursos para estados e municípios, como reza a Constituição, é o caminho correto para sanear o Tesouro Nacional. O ministro Paulo Guedes e sua equipe têm feito um esforço supra-humano para conduzir o país à modernidade econômica e sabem das dificuldades que terão pela frente para ver aprovadas as três propostas de emenda à Constituição (PECs) ainda a tempo de salvar o país de mais um período de estagnação. Sabe-se de antemão que o novo modelo proposto para as reformas no funcionalismo público é a que causará os mais intensos debates dentro do Parlamento, em razão de ser também uma das mais necessárias e urgentes para organizar a tão temida e onerosa máquina pública.
O Centrão e o que restou da esquerda estão em campo bombardeando as propostas, o que é um sinal claro de que o governo está no caminho certo.
A frase que foi pronunciada
; ... A arte do homem... pode fazer um animal artificial... Mais ainda a arte pode imitar o homem, obra-prima racional da natureza. Pois é justamente uma obra de arte esse grande Leviatã que se denomina coisa pública ou Estado ... o qual não é mais do que um homem artificial, embora de estatura muito mais elevada e de força muito maior que a do homem natural, para cuja proteção e defesa foram imaginadas. Nele, a soberania é uma alma artificial,pois que dá a vida e o movimento a todo corpo... A recompensa e o castigo... são os seus nervos. A opulência e as riquezas de todos os particulares, a sua força. Salus populi, a salvação do povo, e a sua função... a equidade e as leis são para ele razão e vontade artificiais. A concórdia é a sua saúde, a sedição sua doença, e a guerra civil, sua morte. Enfim, os pactos e os contratos que, na origem, presidiram a constituição, agregação e união das partes desse corpo político, assemelham-se ao fiat ou façamos o homem, pronunciado por Deus na criação.;
Thomas Hobbes, matemático, teórico político e filósofo inglês, em O leviatã, 1651.
Mérito
; Chegou a hora de reconhecer que a equipe técnica do presidente é espetacular. Tanto a da linha de frente quanto a de outros escalões. Ficam na retaguarda, trabalhando pelo Brasil, sem parar.
Novidade
; O ministro Marcos Pontes, da Ciência Tecnologia Inovações e Comunicações, anunciou a criação de oito laboratórios de inteligência artificial no Brasil, que vão desenvolver cidades, indústrias, agrorural, saúde. A notícia foi dada pelo Instagram do presidente Bolsonaro.
Gestão
; Nascida em parceria com o Conselho Federal de Administração, a Rádio ADM lança o primeiro podcast sobre os cinco principais desafios da gestão de pessoas no setor público. Com Thiago Bergman, professor da Escola Nacional de Administracao Pública, analista do TSE. Veja o link no Blog do Ari Cunha.
História de Brasília
; A arborização da cidade está sendo prejudicada pelos ;paisagistas domésticos;. Das árvores plantadas, mais de cinqüenta já foram roubadas. Exemplo de mau gosto, foi o do ladrão que retirou um flamboyant do jardim da Sorveteria Americana. (Publicado em 6/12/1961)