postado em 12/11/2019 04:15
[FOTO1]O mundo de hoje registra cenário de grandes mudanças raramente vistas nos últimos 100 anos. A multipolarização e a globalização aprofundada, com a nova revolução industrial vigorosa, propiciam aos países novas oportunidades históricas de desenvolvimento. Entretanto, a recaída do unilateralismo e protecionismo gera prejuízos à paz, à estabilidade e aos passos firmes do desenvolvimento da economia mundial. É nesse contexto que a Cúpula de Brasília ocorrerá e nós, os Brics, devemos continuar erguendo no alto a bandeira do multilateralismo e construir uma parceria estratégica desse grupo mais próxima, mais abrangente e de desempenho melhor.
Nós, os Brics, devemos atuar juntos para garantir firmemente a posição e o papel das Nações Unidas, garantir o sistema internacional que tem as Nações Unidas como núcleo e assegurar a ordem internacional baseada no direito internacional. É preciso que apelemos às outras partes que as regras internacionais definidas em conjunto sejam observadas por todos, que os países sejam tratados como iguais, independentemente do tamanho, e que, para os assuntos que envolvam todos, a solução seja acordada por todos.
Vamos aprofundar a parceria do Brics para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), que, por sua vez, também pode ajudar a modernização econômica dos nossos países. É preciso que incorporemos a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável nas nossas estratégias de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, que atuemos ativamente para enfrentar as mudanças do clima. É preciso que construamos uma economia mundial aberta, impulsionemos a liberalização, a facilitação do comércio e o investimento e ajudemos os países em desenvolvimento a se integrarem melhor à cadeia global de valor e à cadeia produtiva global.
É preciso para nós, os Brics, continuarmos advogando a visão de governança caracterizada pela consulta extensiva, contribuições conjuntas e benefícios compartilhados. Vamos promover a democratização das regras de governança global para que elas reflitam de forma mais equilibrada as ideias da maioria dos países, sobretudo os mercados emergentes e países em desenvolvimento. Vamos salvaguardar firmemente o sistema multilateral de comércio centrado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Vamos garantir que, na reforma da organização, sejam mantidos os valores centrais e os princípios fundamentais, o propósito de promover a abertura de mercado e o desenvolvimento equitativo e o tratamento especial e diferenciado ao qual os países em desenvolvimento têm direito.
É preciso para nós, os Brics, aprofundarmos a amizade e impulsionarmos um extensivo intercâmbio em todos os sentidos entre os nossos povos. Podemos intensificar os contatos amistosos com outros mercados emergentes e países em desenvolvimento para promover o aprendizado mútuo entre as culturas. Dessa maneira, poderemos garantir que os países construam consensos, deixem de lado as divergências, um se complemente com o outro, convivam em harmonia e realizem cooperação para ganhos compartilhados. Vamos aguardar com expectativa que o Brics alcance mais avanços a partir de Brasília, rumo à formação de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.