postado em 17/11/2019 04:14
PartidosA criação de mais partidos políticos nos atuais moldes é preocupante. As siglas são criadas sem projeto para a sociedade e o número recorde de partidos, salvo melhor juízo, é prejudicial à democracia. Nunca houve um número tão elevado de partidos políticos na história do país. No Império, havia o Partido Liberal e o Conservador. Na República Velha, praticamente não tínhamos partidos nacionais, eram regionais. Depois de 1939, quando o Brasil começa a viver uma democracia, com a queda da ditadura de Vargas, tivemos a montagem de um sistema multipartidário. Mas os partidos foram extintos em 1965. Eram 13 e achavamos uma quantidade expressiva. No entanto, nada se compara à situação gerada pela Constituição de 1988, que garantiu uma liberdade muito grande. Esses partidos acabam não tendo densidade doutrinária alguma. Embora existam partidos pequenos, a grande maioria entra para ganhar dinheiro, obter fundo partidário, negociar tempo de televisão. Isso apenas fragiliza a democracia brasileira! Num país como o Brasil, o fato de ter mais partidos, não significa que tenha mais oposição. Mais importante que quantidade é analisar a qualidade. Os partidos são novos, mas os personagens são os mesmos de sempre. Percebe-se que esses partidos são verdadeiros parasitas da sociedade, fomentados com o dinheiro do contribuinte. Há uma distorção tão grande que não servem para alcançar os fins da sociedade, e sim, de quem os dirige. São formas de garantir mandatos, aumentar a possibilidades de reeleição e possibilidade de barganhar com o governo federal. Os partidos deveriam ter um estatuto rígido e disciplina partidária, mas, pelo visto visto, não há interesse. E o que a gente vê na maioria é o toma lá, dá cá.
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
; Por muito tempo, a maioria dos partidos de esquerda se empenharam em aprovar o financiamento público de campanha. O objetivo era evitar que os endinheirados da elite dominassem a disputa por vagas nos legislativos e no Executivo, principalmente, a Presidência da República. Para evitar as falcatruas, uma parcela do Orçamento da União foi destinada ao custeio das campanhas políticas. O financiamento privado foi proibido. Para reforçar o caixa das legendas, foi criado o Fundo Eleitoral, uma aberração que só cabe num país como o Brasil, onde os políticos vivem atolados em processos por corrupção. O acesso das legendas a milhões de reais foi o gatilho para escancarar a ganância, conhecida de todos, os caciques políticos. Foi o estarte para um processo de autofagia das legendas. Seus integrantes começam a consumir uns aos outros, a fim de aumentar a fatia que lhe cabe no fundo. Processo bem semelhante vem destruindo o PSL, partido escolhido pelo capitão Bolsonaro e seu clã para chegar ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. Agora, o presidente anuncia que criará um partido para chamar de seu. Se todas as regras forem seriamente obedecidas, a futura agremiação não poderá disputar as prefeituras e câmaras municipais no próximo ano, a não ser que haja uma flexibilização das normas ou outros meios que a maioria de nós, brasileiros, não temos domínio, para que o Aliança pelo Brasil esteja apto a participar do pleito de 2020. Será mais entre os mais de 30 existentes para tumultuar o processo eleitoral. De qualquer forma, quando deixar o Planalto, o capitão terá, sob rédeas curtas, um patrimônio nutrido pelo dinheiro público e gerenciado pelos seus pupilos ; uma aliança de platina. Melhor herança, impossível.
Marco Antônio de Assis,
Águas Claras
Violência
Vergonhoso o comportamento do ex-deputado federal e delegado aposentado Larte Bessa. Agrediu o porteiro do condomínio onde reside. O funcionário apenas cumpria uma ordem e impediu que um motoboy entregasse a refeição no apartamento do delegado aposentado. Além de ser violento, Bessa ainda ameaçou o funcionário do condomínio de morte, algo impensável para quem foi policial, com a missão de garantir a integridade física dos cidadãos. Seria que Bessa seria tão grosseiro e autoritário se a vítima não fosse um porteiro? Com certeza, não agiria da mesma forma. Mas humilhar e ofender um profissional subalterno de um condomínio é muito fácil. O condomínio, na condição de empregador, deveria processar o ex-deputado e exigir que o funcionário fosse indenizado pelos danos morais, físicos e psicológicos impostos ao porteiro. Bessa só foi ousado, pois ;sabia com quem estava falando;. Um pedido de desculpa é nada, que cabe ao porteiro ignorar e buscar seus direitos à reparação no Judiciário.
Giovanna Gouveia,
Águas Claras