Opinião

Artigo: Brasília, a capital do cinema

Temas urgentes e atuais que ganham espaço entre o público também serão destaque no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2020

Adão Cândido*
postado em 21/11/2019 11:53
[FOTO1]Brasília sedia, a partir de amanhã, a 52; edição do mais antigo festival de cinema do país, pautado pela reafirmação do cinema nacional e pela abertura do mercado audiovisual. Nosso desafio é tornar o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro patrimônio cultural do Distrito Federal, o principal espaço de exibição de novas produções, de debate sobre as políticas públicas para o audiovisual e ambiente propulsor de novos negócios para o setor.

Temas urgentes e atuais que ganham espaço entre o público também serão destaque em 2020, como novas plataformas de vídeos, streaming e vídeo sob demanda, que passa pela regulamentação. Discuti-los em ambiente técnico, com formuladores das políticas públicas e produtores de conteúdo é a maneira apropriada de assegurar a inserção do produto brasileiro.

Ao planejar o Festival de Brasília, o Governo do Distrito Federal priorizou a abertura do mercado e a valorização da produção, com a profissionalização da mão de obra e qualificação do setor produtivo, eixos essenciais da economia criativa, na qual está inserido o cinema. Nesse contexto, convidamos personalidades do Brasil e do exterior para aulas, painéis e rodadas de negócios, a fim de estreitar laços entre compradores e vendedores e, mais do que isso, mostrar o potencial da nossa produção.

O FBCB, que sempre esteve na vanguarda, sai na frente mais uma vez ao abrir espaço neste momento delicado pelo qual passa o país, em que o fomento e o incentivo estão sendo repensados. E temos uma oportunidade ímpar para mostrar o valor do audiovisual brasileiro, que vai além do produto que vemos nas telas: são os milhares de empregos diretos e indiretos, criados nas produções, a cadeia produtiva que se movimenta em cada longa ou curta-metragem, os públicos mais diversos que recebem o conteúdo, a formação da nossa identidade cultural.

Muito se discute sobre a democratização do acesso ao cinema, e temos no Festival de Brasília o principal catalisador dessa difusão. Teremos atividades em sete regiões administrativas do DF, ampliando o acesso da comunidade a este grande evento. As mostras competitivas serão reproduzidas gratuitamente em Samambaia, Recanto das Emas e Planaltina. Essas e outras iniciativas, como o Cine Fusca, que projetará filmes no Sol Nascente, por exemplo, vão na esteira das ações que buscam ampliar o acesso à cultura e ao audiovisual, contribuindo com a formação de plateia e ; por que não dizer? ; despertando o interesse pelo cinema.

Ampliação é uma palavra que define com eloquência o 52; Festival de Brasília. Inovamos ao trazer mostras paralelas, que valorizam as produções de todos os cantos do país e contam, com particularidade, um pouco da nossa história. Essa sensibilidade é captada pela Território Brasil, que chama a atenção para a necessidade de cultivar a diversidade na produção audiovisual, promovendo inclusive o desenvolvimento nacional.

Abrimos os horizontes de produtores brasileiros para expor seus trabalhos pelo mundo na mostra Futuro, que apresenta filmes em fase de finalização a especialistas a fim de contribuir com o desenvolvimento das obras para participação no mercado nacional e internacional. A Novos Realizadores introduz expoentes do audiovisual aos principais influenciadores da área, contribuindo com quem inicia a trajetória neste segmento. Outro exemplo da amplitude do evento é a mostra paralela Guerrilha, que ilustra a resiliência de quem faz o cinema em nosso país.

Cabe lembrar que o cinema desempenha papel fundamental na discussão de temas sensíveis que permeiam a sociedade contemporânea. Para abordar essas temáticas tão relevantes e urgentes, a mostra Vozes ganha grande destaque na programação, mostrando que o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro permanece como um espaço democrático. Isso se traduz também na participação feminina na direção dos filmes das mostras competitivas, em que elas são 11 dos 21 concorrentes.

Todos esses aspectos mostram o compromisso do governador Ibaneis Rocha em viabilizar o Festival, com o maior aporte direto feito: mais de R$ 3,3 milhões para o evento, que somados a outros recursos, principalmente do BRB, nosso grande parceiro, e patrocinadores privados, garantiram a execução deste que mostra a força do audiovisual do Distrito Federal e do país. O 52; FBCB é uma grande celebração da cultura brasileira em toda sua diversidade e Brasília, prestes a completar 60 anos, será mais uma vez a capital nacional do cinema. Vida longa ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro!




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