postado em 22/11/2019 04:14
Um dos temas mais urgentes em relação à mobilidade urbana na capital federal teve um desdobramento importante nesta semana. Falo sobre a cobrança pelo estacionamento em área pública. Na quarta-feira, o Diário Oficial do Distrito Federal trouxe o nome da empresa que vai apresentar o estudo na audiência pública que será realizada para discutir os detalhamentos dos locais da chamada Zona Verde, como vai funcionar e quais os valores que serão cobrados.Após a audiência pública, a proposta será analisada pelo Tribunal de Contas do DF e, em seguida, está prevista a divulgação do edital de licitação. A avaliação de integrantes do Buriti é que, no início de 2020, a discussão da proposta começará a ser feita com a sociedade. E, lá pelo meio do ano, a efetiva cobrança tenha início.
Avalio que o início da cobrança por vagas em áreas públicas é mais do que urgente. Será o passo inicial para tentar disciplinar a bagunça que toma conta dos principais estacionamentos gratuitos da capital, principalmente na área central, leia-se setores comerciais, hoteleiros, Esplanada e afins. Além de lotados, são dominados pelos flanelinhas. Garantir uma vaga custa de R$ 100 a R$ 200 mensais, mais a tradicional lavagem do veículo ; uma espécie de venda casada sob vista grossa do poder público.
Os governos entram, passam e não conseguem tirar do papel a proposta do estacionamento público rotativo. Desde o quarto mandato de Joaquim Roriz, passando pelas gestões de José Roberto Arruda e Rodrigo Rollemberg, foram feitas tentativas para resolver o problema. Mas, no fim, faltou vontade política ; há a visão entre os marqueteiros de que é uma medida impopular.
Afinal, os estacionamentos controlados por flanelinhas não prejudicam apenas o motorista que busca uma vaga e sofre com a falta de rotatividade ; é comum os carros passarem o dia inteiro parados, já que muitos pertencem a comerciantes e comerciários que trabalham próximo ;, mas a circulação de pedestres e ciclistas também é dificultada porque os veículos nem sempre respeitam o território demarcado no asfalto. Chegou a hora de o poder público interferir de vez e implantar um sistema que existe nas principais cidades do país e do mundo. Brasília não pode ficar parada no tempo.