Opinião

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Desde 1960

postado em 01/12/2019 04:16
Exportar importa mais do que a fome

Sob a ótica da população, sobretudo aquela formada pela grande maioria de brasileiros de menor poder aquisitivo, governo bom é aquele que consegue levar adiante um conjunto de medidas políticas capaz de encher diariamente a dispensa e a panela das famílias com alimentos de qualidade a preços justos. Quaisquer outras ações oriundas do Estado ficam subordinadas a essa premissa.

Revoluções populares não se fazem com base em ideologias ou por decisão desse e de qualquer outro mandatário. Revoluções e outras turbulências sociais acontecem induzidas apenas pela barriga vazia do povo e por uma situação de fome e desespero com a falta de alimentos. Nesse aspecto, nada mudou desde o tempo em que os homens viviam em cavernas.

O advento da civilização também se deu pelo mesmo motivo. A união de esforços para defender os iguais, garantir alimentos e segurança para todos. Dito dessa maneira, é possível afirmar que o que move a humanidade em direção ao futuro é o combustível do alimento. Nesse sentido, a história da humanidade está repleta de exemplos e de lições práticas. Por essa razão e não outra qualquer, governos são lembrados apenas por esse quesito básico e essencial.

Em um país continental como o nosso, identificado como o maior produtor de proteína, animal e de grãos do planeta, com mais de 7.000km de litoral, os preços dos alimentos vendidos internamente para a população continuam, governo após governo, como os mais altos do mundo. Peixe, carne, frutas e legumes com preços que fogem à razão. O motivo invocado está nos preços dessas chamadas commodities, cotadas em dólar.

Essa política, assentada no agronegócio, um poderoso e influente conglomerado, beneficia apenas a esses empresários. Para a população, restam peixes menos nobres, carnes de terceira, com muito osso e gordura, ou a opção pelo frango ou ovo. Assim, mesmo esses alimentos pesam muito na cesta básica do trabalhador.

Pressionado pela moeda estrangeira e madrasta do dólar, os preços da carne bovina, do maior rebanho do planeta subiram 35%, afastando a maioria dos compradores. Com o aumento da procura por outras proteínas animais, como o frango ou ovo, o mercado, essa entidade fantasma onde procuras e ofertas lutam umas contra as outras, os preços saltaram também, assustando e indignando a população com essa onda especulativa que continua retirando alimentos da panela.

O custo internacional da proteína sobe também pela fome de um mundo cada vez mais populoso. A prioridade no abastecimento interno de alimentos ainda é uma ficção e se reduz a ações do tipo paternalistas longe de uma política sensata de segurança nacional. Para a população, incapacitada de concorrer com os chineses, resta esperar que essa onda que anseia exportar, mesmo às custas de um racionamento interno, cesse um dia.


A frase que foi pronunciada

;Pode guardar as panelas que hoje o dinheiro não deu.;
Paulinho da viola, músico brasileiro.


Novos tempos
; Para crianças de 2 a 5 anos, recomenda a Sociedade Brasileira de Pediatria que o período de exposição a aparelhos eletrônicos não exceda uma hora diária.

Inspiradora
; Quem está atraindo a atenção dos internautas é a jovem de 19 anos Débora Dantas, que sofreu um acidente em Recife, andando de Kart. Seus longos cabelos prenderam e ela foi escalpelada. Mas agora está tudo bem. Sorriso em pessoa, segura de si, Débora fala dos planos para o futuro compartilhando nas redes sociais sua alegria de viver. Veja no blog do Ari Cunha a entrevista publicada com a jovem no JC.

Urbanidade
; Tem custado muita paciência dos moradores do final da Asa Norte desviar o trânsito por causa das obras nas passagens subterrâneas. Mas tudo sob controle. No fim da tarde, acrescente meia hora no cálculo de seus compromissos naquela região.

Nosso
; No blog do Chico Santana, um apanhado geral das frutas do cerrado mais conhecidas. Para quem mora em Brasília, é quase uma obrigação navegar no site para conhecer.

Será?
; Nenhuma guerra eleitoral terminará justamente se a urna eletrônica não for adaptada para o voto impresso. Sem auditoria, não há democracia. A vontade do povo é que é suprema.


História de Brasília
A volta do dr. Jânio Quadros está sendo anunciada para o carnaval. Nova máscara, nova cantiga, e Deus salve o nosso povo. (Publicado em 03/12/1961)



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