postado em 03/12/2019 04:16
Literatura
Em minhas passagens pela útima Feira do Livro de Brasília, conheci a escritora piauiense Vanessa Trajano, que lançava seu livro Ela Não é Mulher pra Casar, no estande de nossa Academia Taguatinguense de Letras. Confesso que não foi só pela capa ou o título, mas pela troca de ideias que tive com a amiga! Daí comprei seu livro; logo, veio o autógrafo. A obra é uma série de interessantes contos, que descrevem passagens curiosas a despertar um bom clima, ou clímax. Em linguagem simples, atraente, e numa roupagem entre casos e causos assim excitantes... eis que a autora demonstra força e equilíbrio em sua performance literária em ter escrito bons contos e consegue deixar o leitor atento, até inquieto em ler mais; e com certa ânsia para ir deflorando o conto seguinte. Ela não é Mulher pra Casar desanuvia uma mulher de comportamento ímpar, que nem mesmo se comporta como mulher cotidiana; contudo, atrai uma leitura bem concentrada dessa personagem sábia, irreverente, lutadora... e que viveu, conviveu, sem se preocupar no autojustificar; no entanto, em se deleitar e namorar intensamente sem marcar tempo nem vento, em meio à nossa sociedade, ainda, meio conservadora, que nem sempre é, lá, toda essa exemplar doutora.
; Antônio Carlos Sampaio Machado,
Águas Claras
Ameaças
Diante de qualquer insatisfação, o governo ameaça a reedição do AI-5, principal instrumento de tortura e morte durante a ditadura militar, que infelicitou a nação por 21 anos. A ameaça sai da boca do filho do presidente, do ministro da Economia e foi antecipada, durante a campanha eleitoral, pelo vice-presidente. A liberdade de imprensa é alvo do Palácio do Planalto, com ações de retaliação aos veículos que não se alinham ao pensamento conservador e ultrapassado que tenta impor à sociedade. A espada de Dâmocles paira sobre a sociedade. A agressividade e o discurso de ódio contra tudo e todos não são compatíveis com o Estado democrático de direito. A democracia incomoda o governo, regido por uma agenda de comportamento e por uma ideologia de extrema direta. É assustador viver neste país em tempos tão turvos. Pior é ver a inércia do Legislativo e do Judiciário diante das terríveis ameaças do Executivo. Manifestação popular é vista como insurreição. A participação dos setores organizados da sociedade foi suprimida de todos os conselhos. Conquistas e direitos dos trabalhadores também foram substituídos por normas que favorecem o capital em detrimento do social. As recentes declarações do atual presidente da Fundação Palmares insulta a inteligência de qualquer cidadão ; um indivíduo rejeitado pela própria família. Vivemos tempos de vergonha e de pânico.
; Assis Bhenz Mesquita,
Lago Sul
Moradia
A senadora Simone Tebet (MDB-MT) declarou à Folha de S.Paulo (1;/12) que o governo Bolsonaro terá problemas quando ;pessoas voltarem para as ruas porque não têm um teto para morar;. Sugiro, nesse sentido, que a senadora saia do conforto e segurança do lar, do carro oficial e do gabinete com ar-condicionado e caminhe pelas calçadas, praças, jardins, vielas, bueiros e viadutos, das maiores capitais do Brasil, inclusive Brasília, para constatar que existem milhares de famílias morando nas ruas faz tempo. Aproveite, senadora, e sugira a Bolsonaro que faça o mesmo.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Racismo
Desde a inserção do negro africano na América portuguesa, as práticas racistas tiveram como justificativas as teorias teológicas e, posteriormente científicas. Sabe-se que, nos últimos anos, a ciência busca desmitificar essas explicações, demonstrando que não há diferenças biológicas entre os seres humanos. Pode-se concluir que o preconceito contra negros e seus descendentes é oriundo de um contexto histórico de usurpação dos seus direitos e de uma construção paulatina de subjugação a partir da sua cor. O Brasil não vivenciou situações de discriminação latente como as da África do Sul (Apartheid) e, por isso, muitos brasileiros afirmam que o Brasil não é um país racista. No Brasil, há um racismo camuflado, disfarçado de democracia racial. Tal mentalidade, se pensarmos bem, é tão perigosa quanto aquela que é assumida, declarada. O racismo está intrínseco entre os brasileiros. A incidência do preconceito pode não ser tão evidente para alguns, mas ele não deixa de existir. Dessa forma, podem ter mudado os sistemas econômicos, as relações de trabalho e as formas de opressão, porém os negros continuam a ser ideologicamente definidos como inferiores. O combate ao racismo ainda é um desafio para o Estado e as entidades não governamentais. Lamentavelmente, o Brasil ainda tem uma cultura muito forte de estereótipos e o que vemos na atualidade, sendo noticiado pela imprensa no país, é o impacto negativo da escravidão e da colonização que resultaram em diversos danos para a população afro-brasileira. No Brasil, pretende-se eliminar o preconceito e o racismo por meio de criação de leis, porém, é importante dizer também, que é necessária, além da conscientização, a educação, que é o principal instrumento que poderá trazer esclarecimento a todos. O presidente da Fundação Palmares, ora indicado, não seja incoerente e insensato, o senhor está fugindo da verdade do seu eu. O racismo é um espinho cravado na história. Comporte-se sem demagogia e hipocrisia!
; Renato Mendes Prestes,
Águas Claras