Opinião

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Desde 1960

postado em 04/12/2019 04:15
Brasil continua levando uma ;Pisa; de outros países

Classificado entre os 20 piores países em educação para jovens, o Brasil, mais uma vez, teve um fraco desempenho no ranking mundial que avalia a performance dos estudantes na faixa de 15 anos, nas disciplinas de matemática, ciências e leitura. De acordo com dados fornecidos pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nosso país segue estagnado desde 2009 e com um desempenho abaixo do medíocre se comparado a outros estudantes de 79 países que também realizaram essas mesmas provas.

O mais interessante em avaliações desse tipo é que, por mais que as nossas autoridades busquem relativizar esse certame, ou mesmo desconsiderá-lo, como instrumento de aferição da qualidade de nossa educação, principalmente na área do ensino público, onde está a maior camada de brasileiros de baixa renda, não há como esconder ou minimizar o fato de que em matéria de educação e de ensino vamos seguindo aceleradamente ladeira abaixo, há pelo menos uma década.

Não é preciso, nesse caso particular, buscar os culpados diretos. O mais importante é aprender com seguidos erros e mudar as estratégias enquanto é tempo. Pelos resultados obtidos, ficamos sabendo que metade de nossos alunos que realizaram o teste não entendem o que leem nem, ao menos, sabem fazer contas simples com números inteiros. Pior do que isso é saber que quatro em cada 10 estudantes brasileiros não aprendem nem o básico, não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas simples ou mesmo entender experimentos científicos simples.

Na verdade, saímos dos últimos lugares nesse ranking para posições insignificantes pouco acima, à frente de países como Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina que, nas últimas décadas, enfrentaram guerras devastadoras. Talvez o mais triste resultado dessa avaliação esteja na constatação de que o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais em educação, seguindo a tradição de estar colocado também entre os campeões mundiais em desigualdade social e econômica, com uma das maiores concentrações de renda do planeta.

Por meio do Pisa, é possível constatar que na última década a diferença de performance entre alunos vem se aprofundando, impulsionada diretamente pela grande desigualdade socioeconômica. Para se ter uma ideia, em 2018 a diferença de pontuação entre alunos ricos e de baixa renda nas provas de leitura ficou em 97 pontos, quando a média internacional é 89 pontos. Para os especialistas nessa área, as condições socioeconômicas estão entre os fatores que mais influenciam o desempenho escolar .

Outro aspecto pouco edificante é a constatação de que o Brasil é o país com uma das menores variantes de mobilidade social entre todos as nações avaliadas. Pelo levantamento que é feito paralelamente ao Pisa, tomamos conhecimento de que as chances de um aluno pobre estudar em uma escola de alto desempenho é de 13%, contra 20% em países como o Canadá ou Finlândia.

Essa desigualdade crônica em nosso país favorece que os alunos pobres a abandonem os estudos, descrentes da possibilidade de virem ingressar em uma faculdade. Há ainda a constatação de que os países com melhores desempenhos são justamente aqueles que mais investem em educação. Enquanto Macau, uma região autônoma da China, investe US$ 150 mil ao ano per capita, o Brasil aparece com menos de US$ 30 mil ao ano.


A frase que não foi pronunciada
;Descobri que é fundamental buscar respostas quando o organismo não está agindo de forma correta. As pessoas precisam ir atrás de profissionais que realmente cuidem delas e que elas sintam que queiram ajudá-las.;

Michelle Munhoz, de 32 anos, que estava com um linfoma de Hodgkin durante a gravidez diagnosticado no Instituto Nacional de Câncer.


Atenção
; Muitas faixas de pedestres da cidade precisam de reforço na tinta. Seria muito bom a Secretaria de Obras e Infraestrutura reforçá-las nos fins de semana.

Solidariedade
; Vai até sexta-feira a adoção de cartinhas para o Papai Noel. No Senado, a parceria com os Correios foi um sucesso. Todas as cartinhas já foram adotadas pelos funcionários.

Receios
; Desalojada pelo Festival de Cinema, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro voltou para o teatro para os ensaios. Os bombeiros deram a licença. Mas a cena de um spot despencando no meio do palco anos atrás ainda deixa os músicos apreensivos.


Adiamento
; Depois do pedido de vistas de Paiva Martins, o processo entre a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF) e o Instituto Candango de Odisseia Solidariedade ; ICS foi adiado. O caso trata da apuração de possível dano causado ao erário em decorrência de irregularidades na execução de um contrato de assistência médico-odontológica e reforço escolar para alunos da rede oficial de ensino do DF ocorrido em 2001.


História de Brasília
O Correio Braziliense e a TV-Brasília continuam sem telefones, quem tiver negócio conosco venha até aqui. Desculpas ao DTUI. (Publicado em 7/12/1961
)

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