Opinião

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postado em 07/12/2019 04:05



Vale do Amanhecer


Seria uma bela jogada de marketing social e cultural se a Tim transformasse em doação a quantia que cobra do Vale do Amanhecer. O Vale não é só um espaço espiritualista e eclético, mas um destino turístico do Distrito Federal. O turismo religioso na região tem um peso expressivo, que reúne as mais diferentes expressões de fé tanto brasileiras quando de outras nacionalidades e que, aqui, encontram adeptos de quase todos os lugares do país e do exterior. A diferença de pouco mais de R$ 200 mil é pouco ou nada representa para uma operadora de telefonia como a Tim. O Vale do Amanhecer, inestimável legado da inesquecível Tia Neiva, não tem relevância apenas religiosa, mas importante papel social em Planaltina. Dentro e ao redor do Vale vivem centenas dde famílias. Muitas delas têm a sobrevivência vinculada ao movimento de adeptos, turistas e curiosos em conhecer o espaço. A companhia telefônica, por sua vez, tem como recuperar o valor cobrado e não irá à falência devido à diferença que não recebeu do Vale do Amanhecer.
; Lívia de Paula Martins,
Asa Norte



Violência


A proposta de excludente de ilicitude, defendida pelo governo, poderá ser rejeitada pelo Senado Federal. Espera-se que essa tendência se confirme, caso contrário o Congresso estaria chancelando a pena capital no país. Inimaginável deixar os policiais livres de quaisquer penalidades após a execução de supostos bandidos. O que ocorreu no baile funk, em Paraisópolis (SP), em que nove jovens foram trucidados pela Polícia Militar, é mais um entre milhões de exemplos da incapacidade do poder público garantir segurança aos cidadãos. O episódio prova que a violência policial contra a população é algo indomável e, na realidade, estimulada pela impunidade que prevalece na maioria dos casos. Hoje, muita gente teme mais a polícia do que os bandidos, e não sem razão. As imagens mostradas pelas emissoras de tevê dão sentido a esse temor. Caberia ao Congresso ainda acabar definitivamente com o auto de resistência, instrumento usado para justificar as agressões e a execução de suspeitos, a maioria deles da periferia. Todos esses mecanismos têm, ao longo de décadas, blindado os agentes da segurança pública de qualquer penalidade pela sua incapacidade de cumprir a principal missão do poder público: a segurança do cidadão. É hora de mudar, positivamente, essa relação entre polícia e sociedade e o Brasil atingir o patamar dos países desenvolvidos e civilizados.
; Assis Bhenz Mesquita,
Lago Sul


Segunda instância

O artigo ;Supremo contra a corrupção; (30/11, pág. 8), com relação as conquistas civilizatórias, observa que é inaceitável haver retrocesso e comenta enquadrar-se nesse rol o combate à corrupção, com avanços da Lava-Jato. A Lava-Jato alterou o conceito corrente no país de que ;rouba, mas faz; que, conforme o texto, ;chegou a ser marca de bom administrador;, e conduziu aos presídios poderosos de colarinho branco que se julgavam imunes a qualquer punição. A tentativa de limitar os órgãos de fiscalizações morreu no Supremo dando maior alento aqueles que querem um país mais justo. Falta ainda é deixar estabelecido, em definitivo, a prisão após a condenação em segunda instância, que acredito ser uma das maiores aspirações da população brasileira. A decisão do Supremo, com relação à segunda instância, pelo meu ponto de vista, beneficia, principalmente, os antes intocáveis e poderosos corruptos cujo dinheiro foi e é desviado dos cofres públicos, que conseguem postergar, após inúmeros e intermináveis recursos, o andamento dos processos na Justiça, favorecendo as prescrições das penas. A Constituição reza que todos somos iguais perante a lei. Então, por que não cumpri-la?
; Vilmar Oliva de Salles,
Taguatinga



Escolhas

Muita gente está revoltada com o volume de recursos destinado aos fundos Partidário e Eleitoral. As pessoas têm razão, principalmente ao se depararem com a carência de dinheiro para saúde, educação, segurança e vários outros serviços que deveriam ser bem prestados pelo poder público. Mas, se refletirmos seriamente, o motivo dessas aberrações está ligado à escolha que os cidadãos fazem quando vão às urnas. Nós, brasileiros, elegemos o que há de pior entre os candidatos a cargos eletivos, exceto por uns ou outros acertos, que, somados, não formam maioria dentro do Congresso. Depois reclamamos, bravejamos contra as decisões do Legislativo, que vão na contramão da maioria dos nossos desejos. Ainda cultivamos a ideia de que tanto faz eleger esse ou aquele candidato, pois todos são bandidos. Por que, então, não escolhemos aqueles que não são cafajestes? Somos nós, brasileiros, que transformamos canalhas em legisladores. A responsabilidade pela situação caótica em que vivemos é nossa. No próximo ano, haverá eleições para prefeitos e vereadores. Será uma bela oportunidade para rever a nossa conduta diante da urna. As escolhas que fizermos terão reflexo em 2022. Em quaisquer situações seremos, nós, que daremos poder a quem merece cadeia.
; Humberto Vieira,
Asa Norte



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