Opinião

Tecnologia para contar uma história

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 17/12/2019 04:16
Quando as primeiras conversas sobre realidade virtual (também conhecida pela sigla VR) surgiram, pensava-se que, em pouco tempo, todo mundo teria acesso à tecnologia que proporciona experiências digitais imersivas. No entanto, essa não é a situação atual. Os custos altos estão entre os principais entraves da popularização da VR.

Apesar disso, há diversas iniciativas pelo mundo que tentam proporcionar essa aproximação do grande público. É o caso da exposição Bj;rk digital, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil desde 3 de dezembro e que segue em exibição até fevereiro, com entrada gratuita.

Uma entusiasta da tecnologia, a islandesa Bj;rk sempre testou, ao longo da carreira, essa mistura entre música e modernização. Em 2011, lançou um aplicativo chamado Biophilia, nome homônimo ao álbum divulgado no período. O app é uma plataforma educativa usada para o ensino musicológico em algumas escolas do mundo, com jogos interativos que mesclam ciência e arte. Além de estar disponível para ser baixado em smartphones, Biophilia pode ser conferido pelo público brasiliense em Bj;rk digital.

Mas o aplicativo não bastou para a cantora. Ela começou a se aproximar da realidade virtual nos videoclipes e, assim, pensou no conceito da exposição que rodou o mundo até chegar a Brasília, a 15; cidade. A mostra é uma tentativa de Bj;rk de transcender as ondas sonoras. A artista quer ser compreendida além das notas musicais e da letra em si cantada. Ela quer que o público possa estar mais próximo dela e, quem sabe, sentir o que ela sentiu.

Nos vídeos expostos na Galeria I do CCBB é exatamente isso que acontece. As cores ou a ausência delas, a proximidade com que Bj;rk aparece do espectador, a reação do vídeo de acordo com as decisões tomadas pelo público... Tudo isso em realidade virtual aproxima ainda mais o visitante da cantora, a ponto de fazer com que o presente consiga, de fato, perceber os sentimentos que a artista quis passar em cada música.

A realidade virtual está longe de estar na casa de cada um. Tem muita gente que nunca teve acesso aos óculos que permitem essa junção entre a tecnologia, e essa imersão tão diferente, que se distingue do 3D e do 4D, mais disseminados por aí. Por isso é um privilégio ter uma exposição que proporciona isso e ainda de forma gratuita. Não deixe de adentrar no mundo virtual nos dado por Bj;rk.

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