Opinião

Artigo: O berço do projeto de nação

O Projeto de Nação %u2014 a Grande Estratégia Nacional, vai propor uma saudável visão de futuro ao país; os objetivos políticos do Estado

Luiz Eduardo Rocha Paiva*
postado em 19/12/2019 04:15
Em 4 de dezembro do corrente houve o lançamento do Instituto General Villas Bôas (IGVB), em Brasília, numa cerimônia que contou com a presença de autoridades dos três Poderes da União, empresários e representantes da sociedade civil. O instituto será uma associação civil, de caráter privado e social, apartidário e sem fins econômicos, concebido com base em três pilares ; Acervo do General Villas Bôas, Tecnologias Assistivas e Projeto Nacional.

O primeiro pilar será a guarda e conservação do acervo do general Villas Bôas, rico material sobre geopolítica, estratégia, liderança e doutrina militar. Terá um repositório da vida e da carreira profissional do ilustre chefe militar, que construiu exemplos de autoridade moral, patriotismo, civismo, liderança e senso de responsabilidade política e social com o Brasil, sendo um dos fiadores da paz interna nos conturbados anos da política nacional, de 2015 a 2018.

O segundo pilar ; Tecnologias Assistivas ; vai estimular e participar do debate acerca do desenvolvimento, acesso e popularização de novas tecnologias e inovações voltadas para a melhoria da saúde pública no Brasil. Pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais e visa favorecer o pleno exercício da cidadania por meio da ampliação e manutenção do acesso ao mercado profissional.

Promoverá discussões e estudos sobre os direitos, possibilidades e capacidades disponíveis às pessoas com deficiência, com o objetivo de universalizar o acesso a todos os atores que contribuam com a plena cidadania.

Finalmente, o terceiro pilar contempla um antigo anseio do general Villas Bôas, compartilhado com muitos dos seus pares das Forças Armadas, corroborado, também, por amplos segmentos da sociedade ; um projeto de nação. Assim se batizou a sonhada Grande Estratégia Brasileira, algo que só existiu em algumas oportunidades, mas sem continuidade, nas três décadas após a Segunda Guerra Mundial.

O projeto terá a finalidade de, por meio das propostas, criar condições favoráveis ao Estado para cumprir o papel de facilitador, não gestor, do desenvolvimento responsável e contínuo, garantidor de uma segurança efetiva para o Brasil, e fiador do bem-estar e da paz social, tudo isso visando proporcionar a justa felicidade ao povo brasileiro.

O Projeto de Nação ; a Grande Estratégia Nacional, vai propor uma saudável visão de futuro ao país; os objetivos políticos do Estado, decorrentes do constante na Constituição Federal; os rumos gerais a serem trilhados nos campos político, econômico, militar, científico-tecnológico e psicossocial, que abarcam os objetivos; e as diretrizes estratégicas aos setores do Estado, enquadradas nos rumos gerais e orientadas aos objetivos políticos.

Para cumprir tal roteiro e garantir a gestão estratégica, que assegure uma governança efetiva, o Projeto de Nação vai propor modelos gerais, porém flexíveis, de construção de cenários, elaboração de planejamento estratégico e orientações para sua implementação.

Em junho de 2017, o General Villas Bôas disse ;o Brasil é uma nação sem consciência da própria grandeza e das riquezas presentes em seu território ; refletindo ainda a ausência de um projeto nacional;. Tal projeto só será possível se a nação se mantiver disposta a superar o quadro de corrupção endêmica, a degradante impunidade e a lógica da predominância do conflito sobre o debate respeitoso de ideias.

São desafios que requerem perseverança, firmeza e intolerância cívica na luta pela higienização moral da sociedade e da liderança nacional, em todos os segmentos. Será preciso cicatrizar a ferida aberta que compromete a coesão interna, fruto da luta ideológica com suas injustificáveis e ilegítimas intolerâncias ao contraditório nos temas e debates políticos e sociais e na administração de muitos setores da vida nacional.

A virtude está no centro. Os extremos são viciosos, como sempre disseram os filósofos e sábios. O centro político é democrático e liberal na economia, mas assume a responsabilidade social com os mais necessitados. É, também, conservador e evolucionista, mas não imobilista no tocante a costumes e tradições.Villas Bôas, certa vez, disse: ;Façam o país que vocês desejam, vocês idealizam e vocês merecem;. Como condutor de corações e mentes, que sempre foi, ele se apresenta, com o instituto que leva o seu nome, para seguir conosco nessa nobre e dignificante empreitada

*General do Exército brasileiro, doutor em aplicações, planejamento e estudos militares

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