Educar a família e a sociedade antes de educar as crianças é a única saída
Transformadas de escolas em centros de reabilitação de menores, vários colégios se limitam a cumprir o que manda o conteúdo programático e a carga horária, mantendo-se o mais distante possível de qualquer envolvimento maior para a própria segurança de seus profissionais.
Por outro lado, as delegacias e a Justiça, muitas vezes, não dão pronto atendimento e atenção a esses casos, deixando os professores à própria sorte. Desse modo, envoltas em problemas estranhos ao processo de educação, que, em muitos casos são de ordem social ou mesmo de polícia, muitas escolas e professores não conseguem se inserir nas comunidades em que se encontram, sendo raros os casos de uma relação saudável e amigável entre esses atores.
Como a devida responsabilização, perante o Estado, de pais e responsáveis de alunos é ainda uma possibilidade distante, o adequado processo de ensino vai sendo empurrado para um futuro incerto e sem solução à vista. Nossas escolas, sobretudo as públicas, ficaram paradas no tempo, preparando os alunos para um mundo que já não é o mesmo e que requer outro tipo de profissional, com outras habilidades. Além disso, tem que lidar com problemas que antes eram resolvidos dentro das famílias, no âmbito das relações entre pais e filhos. Sabe-se que as escolas são o espelho da sociedade em que estão inseridas.
No nosso caso, as escolas públicas, principalmente aquelas localizadas nas regiões mais carentes, estão imersas numa sociedade onde a violência é um fato corrente no dia a dia dos alunos. Em muitos lugares, é comum os bandidos da região mandarem fechar as escolas. Em outros, os intensos tiroteios impedem que os estudantes possam ir às aulas. O tráfico de drogas e o consumo de álcool é uma realidade dentro e nos entornos das escolas.
Para aqueles estabelecimentos em que não há um policiamento ostensivo, os casos de violência são uma constante e amedrontam os professores, o que tem reflexos diretos no processo de ensino e no funcionamento das escolas. Não há como pensar em ensino de qualidade, capaz de colocar o país nos primeiros lugares nos rankings internacionais de avaliação do ensino, enquanto não forem solucionados problemas básicos no âmbito de nossa sociedade, como é o caso da violência endêmica, suas causas e suas múltiplas consequências.
No dilema atual, que propõe resolver os problemas sociais de nosso país por meio da educação, é colocado outro apontando que somente vamos resolver as questões da melhoria de nossa educação pública quando pudermos educar também as famílias e a sociedade conjuntamente.
A frase que foi pronunciada
;Nas entrelinhas e com ferina ironia, o governo diz: O povo há que empobrecer, mas sem perder a ternura, jamais.;
Mauro Santayana, jornalista
Desrespeito
Sem o menor respeito aos consumidores, as empresas aéreas continuam se articulando para administrar o overbooking. A impressão é de que há uma parceria pronta com hotéis baratos, para compensar o dano. Em nenhum momento as necessidades dos passageiros são levadas em consideração. O pior é assistir à passividade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A pergunta que fica: para quê serve mesmo a Anac?
Brazuka
Constrangedor. Essa foi a palavra escolhida pelo amigo Álvaro Costa, do Brasília Urgente, para exprimir o cambalacho do aplicativo Uber: motoristas contra os usuários do serviço. O golpe mais recente flagra motoristas do aplicativo que, ao receberem uma chamada de um usuário, fingem não ter recebido, ignorando-a, só pra ganhar uma taxa por cancelamento estipulada pelo aplicativo, a quem cancela. Neste caso, o cancelamento feito pelo usuário é necessário, por constatar pelo GPS, que o motorista recebeu o chamado mas não saiu do lugar. O usuário, prejudicado, ainda é alertado pelo aplicativo que pagará uma taxa pelo cancelamento (que é repassada ao motorista chamado), a ser acrescida em sua próxima chamada. Este é novo golpe bem ;brazuka;, atesta nosso leitor.
História de Brasília
Outra coisa que precisa aparecer é um deputado que não tenha passe de passageiro convidado, e que tenha autoridade para reformar o Código de Aeronáutica Civil.
(Publicado em 12/12/1961)