A OAB e o reflexo no espelho
Curioso notar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma entidade que, por seu estatuto, deveria, além de representar, defender e disciplinar o exercício dos profissionais da advocacia, vem, nesses últimos anos, se transformando, aos olhos de todos, num órgão político-partidário em defesa claramente de uma ideologia. Notem que esse tipo de grave afirmação parte, principalmente, de dentro da própria instituição, mais precisamente de advogados incomodados com a mudança de rumos e de objetivos.
O que eleva essa questão a um patamar de preocupação máxima e que requer medidas extraordinárias para fazer esse organismo retornar aos trilhos da normalidade institucional é que a OAB passou a enfeixar em si um conjunto de tamanhas responsabilidades, que fez dela mais do que uma corporação profissional, situando-a até como defensora da Constituição, do Estado democrático de direito e dos direitos humanos.
Como já foi notado por alguns de seus membros, a OAB se transformou numa espécie de órgão público federal, muito embora goze de ampla independência, apta, inclusive a ajuizar ação direta de inconstitucionalidade (Adin). É preciso reconhecer que, na maior parte de sua história, a OAB se posicionou de maneira isenta e do lado certo da história, quer lutando pelo restabelecimento da democracia, quer enfrentando os abusos das autoridades nos casos de flagrante violação dos direitos humanos.
Ocorre que essa é uma história que ficou num passado distante e já não serve mais como uma bússola para essa Ordem, abduzida, há tempos, pelos ventos de uma orientação ideológica, estranhos à sua formação e ao que esperam os cidadãos desse país. Afirmar ser a OAB uma entidade política é uma coisa natural e legítima. Outra é se certificar de que a OAB se transformou numa espécie de filial partidária, submetida a uma ideologia de partido, centrada na defesa da cartilha de esquerda.
A partir de 2005, com o estouro dos escândalos do Mensalão e de outros que se seguiram num ritmo alucinado, é possível acompanhar, de forma nítida, cada um dos posicionamentos da OAB com relação a essas descobertas, sua omissão, sua defesa velada aos envolvidos naqueles episódios e seus ataques inexplicáveis a todos aqueles operadores da Justiça que buscavam esclarecimentos e punições aos criminosos.
A trincheira escolhida pela OAB nesses acontecimentos deixou claro para todos a estranha metamorfose às avessas. As declarações recentes do seu atual presidente não deixam dúvidas sobre essa guinada a uma esquerda anterior à queda do Muro de Berlim. O calvário vivido pela OAB explica em parte o descrédito dessa instituição junto aos brasileiros e diz muito sobre a necessidade de reformas nessa e em outras entidades que se tornaram decadentes e anacrônicas por força de suas próprias escolhas.
- A frase que não foi pronunciada
;Apr;s moi, le déluge.;
Bolsonaro parafraseando Luís XV, ao imaginar os cofres do governo em mãos erradas.
Tinta
; Quem atravessa o Eixão Norte já está acostumado com o espaço e trafega sem problemas. Mas, para os visitantes, a tinta no asfalto delimitando a largura das faixas de rolamento seria o natural.
Recursos
; Bruna Rosa Barreto Fonseca Dias Nunes e Marina Santana, da Secretaria de Administração e Economia Criativa do Distrito Federal, foram designadas para acompanhar o projeto da revista Traços. Caberá a elas a elaboração minuciosa de um relatório que informará se a parceria com o governo é produtiva. Logo deverão ser publicados os valores dos recursos públicos aplicados pela Oscip.
Disque 100
; Muito fácil denunciar qualquer caso de violência, seja doméstica, seja contra idosos, crianças, mulheres, migrantes e refugiados. Basta ligar para o número 100. A ligação também pode ser feita de celular, e é gratuita. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mantém o número ativo por 24h/dia.
Novos tempos
; Médicos antenados nas mídias sociais são os preferidos do público internauta. Geralmente, a marcação da consulta pelo portal da clínica é amigável e rápida.
- História de Brasília
Os HP-3 mais bem localizados são os dos senhores Helvécio Bastos e Waldomiro Slaviero. Quando chove, as duas casas ficam cercadas por um belo lago vermelho, habitação ideal para mosquitos. (Publicado em 14/12/1961)