postado em 27/12/2019 04:14
Radares móveis
Os radares móveis têm por finalidade apenas multar. É a indústria da multa, conforme diz o presidente Bolsonaro, porque eles ficam escondidos e o motorista só vai saber que foi multado quilômetros depois, quando for parado por uma patrulha da PRF. É uma traição, a menos que fosse colocada uma placa com os dizeres ;Radar móvel à frente;. Portanto, eles não têm nenhum efeito preventivo. Quem não está consciente de que deve respeitar a velocidade estabelecida em toda a extensão da via vai continuar a trafegar na velocidade que quiser, pois o radar móvel poderá estar ou não em ação e seu comportamento antissocial o fará sempre jogar no risco. Se houvesse um radar móvel no Eixão, ele não teria evitado o abalroamento do táxi na colisão ocorrida recentemente, pois o motorista que abalroou não teria como saber que haveria um radar escondido por ali. A Justiça, ao determinar a volta dos radares móveis, não agiu em favor do bem coletivo, mas apenas em favor de aumentar uma desonesta arrecadação de multas, que não modificará a atitude de ninguém.
; Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
Medicina
A coluna do Ari Cunha/Circe Cunha de 26/12 está simplesmente arrebatadora e verdadeira. Foi-se o tempo da medicina de sacerdócio. Hoje, o profissional se esconde atrás das telas, enquanto imprime a longa lista de exames do ;check-up;. O paciente ; crédulo em sua menos-valia ; aceita e faz os tais exames, mesmo sem certeza de encontrar, na volta, quem os solicitou para explicar-lhe o hermético palavreado. Os ;exames; e as radiografias, tomografias e ecografias nem sempre têm a ver com suas queixas. São indiscriminados e bancados por propaganda maciça e ilusória. Quem alertou para o fato de que ;medicina não é saúde; foi o professor Jayme Landmann, de saudosa memória. Laboratórios e clínicas de imagens são verdadeiras minas de dinheiro a serviço dessas mitologias, consideradas inevitáveis e necessárias. O conceito de saúde envolve o modo de nascer, o modo de crescer, o meio ambiente, os alimentos saudáveis, o descanso necessário. O ser humano tornou-se mercadoria barata, que mora na periferia e se vale de transporte tosco e cruel. E que tem que madrugar nas filas dos ambulatórios em busca de inexistente consolo. As pilhas de exames e laudos muito pouco contribuem para alívio de suas aflições. Alívio que não reside em clínicas e consultórios, mas na vida real com seus enganos e desenganos. O artigo do Ari e da Circe Cunha deveria ser lido, relido, emoldurado e praticado. A relação médico/paciente está morta e foi substituída por números, senhas e fantasiosas imagens.
; Thelma B. Oliveira,
pediatra pioneira de Brasília.
Balanço
E vem se aproximando a passagem do ano e, portanto, a vinda da próxima dúzia de meses que farão o ano-novo. E eis o Tempo do Advento com a maior e melhor celebração do nascimento do Menino Deus! E é tempo para muitas reflexões: analisarmos as derrotas e as vitórias; as magras ;garrotas; e as sagas de boas histórias. Há bons momentos e há ventos de tormentos. E assim a vida vai ensinando no dia a dia o desfilar no aprendizado da boa melodia. Natal e ano-novo marcam, também, o tempo para externarmos nossa gratidão, até mesmo se tivermos, nos rincões, boas respostas ou não. Desejo à equipe do Correio Braziliense, familiares e amigos um ano cheio de boas realizações.
; Antônio Carlos Sampaio Machado,
Águas Claras
Incoerência
Subsidiados na França, ;os não criadores de porcos; ganhavam mais do que os ;criadores de porcos;. Os ;sem-terra;, com tudo do bom e do melhor, vivem no feriado e na farra e estão mais garantidos do que os ;com terra;.
; José Eustáquio dos Reis,
Asa Sul
Civilidade
Tarefas corriqueiras e diárias. Valiosas e saudáveis. Que a maioria esmagadora continuou desconhecendo, empurrando com a barriga no ano que termina: recolher o cocô dos animais de estimação deixados pelos gramados, jardins e calçadas; parar de queimar lixo no quintal; dar a seta quando for mudar de faixa; respeitar vagas de idosos e deficientes; não dirigir falando ao celular nem digitando; colocar focinheira nos cachorros brabos; não dirigir lanchando, com o braço para fora nem jogando lixo na rua; jamais deixar de colocar crianças na cadeirinha; deplorável e irresponsável a mania de dirigir com cachorro no colo. Seria excelente se todos aprendessem a ser cidadãos por inteiro em 2020, procurando ser educados, prudentes e responsáveis. Não custa tentar.
; Vicente Limongi Netto,
Lago Norte