postado em 29/12/2019 04:14
O Brazil não merece o BrasilPara turbinar a escalada de preços, aumento de demanda mundial por alimentos, restrições de ofertas e outras incógnitas de difícil solução, o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas elevam às alturas tanto as incertezas sobre o futuro quanto os preços do pão de cada dia.
Além dessas variáveis de características globais, pode ser acrescentado ainda o aumento exponencial da população mundial, acima dos sete bilhões de habitantes. A maioria sem recursos e com fome, muita fome. O agronegócio envolve uma cadeia de produção, que pode ser dividida em três grandes atividades básicas. Em um primeiro patamar, estão os grandes produtores de insumos como sementes transgênicas ou híbridas), adubos químicos e agrotóxicos e as empresas que fabricam as máquinas agrícolas.
No segundo estágio, estão os produtores propriamente ditos, que aram a terra, adubam, plantam, pulverizam as plantações e colhem as safras, e que dentro do mundo fabuloso do agronegócio, se assemelham aos antigos peões ou trabalhadores da roça e que, obviamente, ficam com a menor parte do lucro ou com os prejuízos.
Em um terceiro estágio, estão outras atividades, responsáveis pela recepção da produção, armazenamento, distribuição dos produtos para o mercado interno e externo, além das indústrias de transformação dos alimentos para a produção de óleos, rações, combustíveis, etc. Existe ainda um outro setor ligado a esse estágio que é mercado financeiro, que transforma os alimentos em ações a serem vendidas nas bolsas, especulando e elevando os preços dos alimentos.
Quem controla a primeira etapa, dos insumos, são multinacionais gigantescas e oligopolistas como a Monsanto-Bayer; Dow-Dupont e a Syngenta-ChemChina-Adama, além dos dois fabricantes de máquinas como a John Deere e a New Holland. No estágio final da distribuição logística está outro pequeno grupo de multinacionais como a ADM; Bunge; Cargil e Dreyfuss. Finalmente, na etapa final, ficam as indústrias de alimentos, também formada por um conjunto de multinacionais poderosas com a Nestlé, Kraft, Coca-Cola, Unilever, Pepsico e outras.
A parte verdadeiramente nacional dentro do vasto mundo do agronegócio é formada por empresas brasileiras e familiares que trabalham, como se diz, da porteira para dentro. Por fora agem as multinacionais que ficam com a maior parte dos lucros. O governo, que conduz uma economia com uma das maiores cargas tributárias do planeta, fica com a outra parte gorda. Também os bancos e financeiras cuidam de lucrarem especulando com alimentos. O que sobra mal dá para pagar os custos de produção.
Correndo por fora, desse gigantesco mercado, podem ser encontrados ainda outros que direta ou indiretamente acabam lucrando com o agronegócio. São especuladores de todo o tipo, políticos das bancadas ruralistas e lobistas prontos a colherem o que não plantaram. Para os produtores, que formam a parte verdadeiramente nacional do agronegócio e que realmente são os responsáveis por colocar diariamente alimentos no prato de milhões de brasileiros, há ainda um indicador preocupante que é a possibilidade de venda de extensas áreas agricultáveis a estrangeiros conforme prevê o projeto (PL 2.963/2019).
Quando isso acontecer, todo o agronegócio vai estar nas mãos de estrangeiros, internacionalizando em 100% todo o setor. Neste ponto o governo perderá totalmente a capacidade de regular e fiscalizar o setor. Nesse estágio da evolução acelerada do agronegócio, os brasileiros perderão a posse da terra o que pode marcar o início de um outro país, um Brasil com Z.
A frase que não foi pronunciada
;A consciência fala, mas o interesse grita.;
J Petit-Senn, de Genebra. Poeta.
Regulado
; Dado interessante divulgado pelo Ipea: trabalho doméstico é exercido por mulheres mais velhas. Em 2018, 80% das domésticas no Brasil tinham entre 30 e 59 anos.
Aos poucos
; É possível ver por Brasília diversos meios de transporte elétricos. Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima apontam para 430 milhões de toneladas de resíduos no ar no ano passado. Desse total, 48% foram emitidos por transportes.
SUS
; Sem fonte de custeio não foi possível aprovar o projeto do deputado Marcone Perillo que garantia a oferta de sangue, hemoderivados, medicamentos e demais recursos necessários para o diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças, a todos os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
História de Brasília
Rush do trânsito, contra o excesso de velocidade nas avenidas de Brasília. O dr. Valmores Barbosa voltou disposto dos Estados Unidos. (Publicado em 13/12/1961)