Correio Braziliense
postado em 04/01/2020 04:05
O preço das crises internacionais no bolso do brasileiroMais uma crise artificial e paralela está se armando agora contra os consumidores brasileiros por parte do governo, em conluio com a Petrobras, a estatal problema do país. O assassinato do general e comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassim Suleimani, visto pela maioria dos analistas como um cataclismo para o já instável Oriente Médio, terá, seguramente, repercussões na geopolítica daquela parte do planeta e sem dúvidas, provocou uma alta de aproximadamente 4% nos preços do barril de petróleo no mercado internacional.
De antemão, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que esse acontecimento trará impactos nos preços do combustível vendidos nos postos de todo o País. Para o consumidor, fica difícil entender como a cada crise internacional, ocorrida nesse nosso mundo instável, a primeira grande repercussão e a mais sentida pelos brasileiros, seja, justamente o aumento automático nos preços dos combustíveis.
Para um país condenado por mais de seis décadas a ter como único meio de transporte as rodovias, qualquer mal-entendido no exterior é logo sentido no bolso do cidadão, não só diante das bombas de abastecimento, mas, principalmente no aumento da inflação, esse tormento que existe de forma permanente nos preços exibidos nas gôndolas dos supermercados, mas que os índices oficiais teimam em colocar em números suaves.
Com as descobertas dos poços do pré-sal, cujo o volume é sempre apresentado em números patrióticos e inflados, o Brasil, pelo menos na propaganda oficial, se tornou autossuficiente, extraindo algo em torno de 2,6 milhões de barris ao dia. Numa produção suficiente, não só para atender a demanda do mercado interno, mas, até para exportar parte do excedente. Mesmo assim a estatal alega que a importação de óleo leve, necessário para misturar ao óleo pesado, que segue para as refinarias, é ainda preciso e estratégico.
O consumidor não entende de estratégias de mercado, o que ele sabe e vê diariamente nas bombas de abastecimento é a venda de combustível misturado ao álcool e outros solventes serem vendidos a preços que sempre flutuam para cima, nunca para baixo.
O repasse de preços é entendido aqui no Brasil como um processo automático. Basta um espirro no Oriente Médio e os preços por aqui ficam com febre. Para os cidadãos, é impossível compreender como uma empresa desse porte, que sempre lucrou com o mercado interno, não consegue, em tempo algum, funcionar como uma empresa reguladora e fornecedora de bons produtos a preços justos. Não há explicação para o fato de termos ainda a gasolina e o óleo diesel mais caros de todo o continente, inclusive de países que não produzem nem uma gota de petróleo.
Interessado nessas variações de preços, os postos de combustíveis do Distrito Federal, os mesmos por diversas vezes flagrados em combinações e ações do tipo cartel aguardam , com ansiedade cúmplice, o sinal já conhecido da estatal para elevar, mais uma vez, os preços dos combustíveis.
Um dia , quando esse valioso mercado for completamente aberto à concorrência de outras empresas, os brasileiros perceberão finalmente quanto tempo e recursos foram desperdiçados com esse modelo nacionalista, monopolista e estatizante do petróleo.
A frase que foi pronunciada:
“No dia em que o mundo não precisar mais de petróleo o Irã estará livre.”
Abbas Kiarotsami, poeta, cineasta, roteirista, produtor e fotógrafo iraniano
Sem sentido
» Difícil compreender a razão de não haver trabalhadores a todo vapor nas obras das tesourinhas. Enquanto o trânsito está leve ninguém trabalha. No horário de pico, máquinas e homens nas pistas.
Muito pouco
» Um passeio pela Torre de TV à noite mostra como a capital do Brasil precisa de atrativos para os visitantes. Nossos governantes andam pelo mundo e sabem que o que dinamiza o turismo é a cultura local, o respeito pela história, tradições, a valorização das belezas naturais, como o cerrado por exemplo. Berço de toda água.
Parceiros
» Escolhidos, o Banco Santander e o Bancoob estão autorizados, ou credenciados, para a prestação de serviços de arrecadação de tributos e outras receitas públicas do DF. O ato foi assinado pelo secretário Otávio Rufino dos Santos.
Muda, Brasília
» Não são todas as quadras do DF que contam com a urbanidade dos donos de cães. Na Asa Sul, várias prefeituras disponibilizam saquinhos para colher os excrementos dos animais. Na Asa Norte, apenas algumas adotaram essa prática. Mas ainda é maioria quem prefere deixar as fezes do pet na grama ou nas calçadas.
História de Brasília
Dizem as notícias que Jânio desembarcará no Ceará, e virá para São Paulo por terra. Depois do manifesto lido pelo sr. Castilho Cabral, recomendamos ao sr. Jânio Quadros desembarcar em Itanhaem, de madrugada, e ir correndo para a Vila Maria. (Publicado em 13/12/1961)
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