Correio Braziliense
postado em 06/01/2020 04:13
O planeta Terra agoniza sem que a população se dê conta do perigo que corre. Apesar de iniciativas ambientais existirem há décadas, nada de concreto foi feito para garantir a preservação daquela que é a casa de todos nós. No Brasil, o primeiro código florestal é de 1934, e determinava aos donos de terras manterem 25% da área com a cobertura de mata original, embora sem orientar qual parte, como as margens dos rios, deveria ser preservada.Em 1968, a Conferência da Biosfera de Paris foi o primeiro evento mundial a tratar da questão ambiental. Em 1972, na Conferência sobre Meio Ambiente de Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) entrou na briga. O Brasil se destacou no debate sobre o impacto do desenvolvimento no meio ambiente, com a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Talvez lá, naquela longínqua década de 1990, o Planeta Terra ainda tivesse tempo, se as medidas propostas tivessem sido, de fato, tomadas.
Mas, e agora? Pode ser tarde demais. No país, o que vemos é só retrocesso. O ano de 2019 foi marcado por desastres. Além do aumento do desmatamento da Amazônia e das queimadas, tanto na maior floresta tropical do mundo quanto no cerrado e no Pantanal, Minas Gerais sucumbiu à lama, mais uma vez. O rompimento de outra barragem da Vale, em Brumadinho, provocou 270 mortes e ainda há desaparecidos. Além da tragédia humana, milhões de rejeitos vazaram e mataram o Rio Paraopeba.
O ano passado também teve recorde de concentração de gases do efeito estufa, segundo a Organização Mundial Meteorológica (OMM), acelerando as mudanças climáticas, cujas consequências são escassez hídrica e aumento do nível do mar. Como se não bastasse, centenas de praias do litoral do Nordeste brasileiro foram atingidas por um derramamento de óleo, que afetou a biodiversidade marinha, o turismo, a economia local, a saúde e o bem-estar da população.
Para completar, tivemos uma frustrante COP 25. A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Madri, terminou com os quase 200 países participantes concordando em apresentar “compromissos mais ambiciosos” para reduzir as emissões de gases poluentes. No entanto, os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, a ser realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020. Passou da hora de acelerar as medidas de preservação. Não sabemos quanto tempo mais o planeta vai aguentar.
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