Opinião

Artigo: Um discurso lamentável

Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 04:05
Pela segunda semana consecutiva, faço uso deste espaço para falar sobre aborto. Sou motivada, desta vez, pelo repugnante discurso da atriz norte-americana Michelle Williams no Globo de Ouro. Ela usou da sua fama e do palco do evento para fazer apologia à interrupção de gravidez. Ao ser premiada, falou sobre sua trajetória e afirmou que “não poderia ter feito isso sem usar o direito da mulher de escolher, de escolher quando ter meus filhos e com quem”. Para a atriz, que está grávida, o empoderamento feminino passa pelo salvo-conduto para destruir uma vida.

A plateia aplaudiu, e ela ganhou apoio também nas redes sociais. Mas houve muitas reações contrárias, felizmente. Vi pelo Twitter muitas delas. Entidades e militantes pró-vida se manifestaram veementemente. As palavras deles foram um alento em meio à luta contra a escalada mundial pela descriminalização do crime hediondo.

Eden Linton, diretora de Educação e Juventude da Sociedade para a Proteção do Nascituro do Reino Unido, condenou as declarações. “Verificação da realidade: os seres humanos estão sendo abatidos todos os dias no útero, sob o rótulo falso de ‘escolha’”, escreveu. Em outro tuíte, criticou uma das versões abortistas. “Imagine que existem pessoas que acreditam que os alienígenas existem, mas não acreditam no fato científico de que a vida começa na fertilização.”

Outra que se revoltou foi Abby Johnson. Ela chegou a ser diretora de uma clínica de aborto nos Estados Unidos, mas agora trabalha para combater a prática nefasta. “Michelle Williams quer agradecer ao aborto por seu sucesso. Ela quer agradecer publicamente à criança que matou por seu sucesso”, escreveu. Já Lila Rose, fundadora da organização Live Action, postou: “Michelle Williams, visivelmente grávida, afirma que não teria ganhado o Globo de Ouro se não matasse o filho anterior. Nenhum troféu vale mais que a vida de uma criança. Sacrificar nossos filhos para perseguir sonhos é a antítese total do empoderamento das mulheres”.

A presidente do grupo Students for Life of America, Kristan Hawkins, também lamentou que a atriz tenha creditado a carreira bem-sucedida a “um ato de violência” e condenou a reação do público. “Os aplausos para Michelle Williams por seu discurso demonstram que temos um grande problema, além do aborto. Quando o bem é ruim e o mal é bom, a sociedade fracassa”, ressaltou.

Ser contra o aborto não é cercear a liberdade da mulher, é ser contra o assassinato de vidas inocentes e indefesas. Como escreveu Kristan Hawkins para a atriz americana: “Apenas diga a maldita palavra. Por que encobrir? ‘Direito de escolha’ = pagar alguém para desmembrar seu filho”. É isso. Não existe meio-termo para a barbárie.

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