Correio Braziliense
postado em 13/01/2020 04:34
Tarifa de ônibus
A notícia dos novos valores das passagens não agradou aos passageiros. Muitos temem pelo próprio emprego, em face de algumas empresas do DF terem preconceito com os trabalhadores que residem em Goiás, diante do elevado custo do vale-transporte. Com a passagem mais cara, ficará mais difícil encontrar trabalho porque os contratantes não querem pagar o valor integral da tarifa. Há cerca de 125 mil pessoas que utilizam o transporte coletivo do Entorno diariamente. Infelizmente, o aumento das passagens não é discutido com a sociedade, simplesmente jogam o reajuste e o povo não está preparado para isso. Dessa forma, uma medida a mais para sangrar o orçamento doméstico, por meio de um reajuste maior que a inflação. Precisamos buscar formas para que os aumentos sejam mais justos. Uma correção assim acaba provocando mais desemprego, pois fica difícil as empresas se adaptarem. Os trabalhadores que moram no Entorno são uma mão de obra fundamental para o comércio de muitas regiões administrativas, não apenas do Plano Piloto. O aumento da tarifa pode ser negativo para as pretensões do setor de crescimento da economia do DF neste ano, pois a recuperação almejada certamente será prejudicada.
» Renato Mendes Prestes, Águas Claras
Desafio
É difícil imaginar que os gestores, administradores e engenheiros do governo de Brasília conseguirão fazer funcionar as escadas rolantes e os elevadores da Rodoviária do Plano Piloto. Explico dando dois singelos exemplos. Primeiro, eles nem conseguem retirar os galhos de uma árvore tombada no temporal de 14 de dezembro último que estão até hoje sobre o asfalto da alça de ligação entre a Avenida L-2 Norte, sentido Norte-Sul, pouco depois da SQN 402, e o acesso para a UnB e a Avenida L-4. O segundo, é a incapacidade da administração em entregar uma obra viária com as faixas pintadas no asfalto, para a óbvia segurança do trânsito, como é o caso do Eixão Sul. São dois problemas de simples solução, mas tudo por aqui é malfeito, mal cuidado, sujo e bagunçado. E estamos falando de uma cidade que é a capital de um dos 10 países mais ricos do mundo. Para ficar ruim, tem que melhorar muito.
» Alexandre Dornelles, Asa Norte
Estacionamentos
Neste país tudo pode. Durante toda vida, nunca havíamos pago estacionamento em Shopings (é boicotar não indo lá). No Centro de Convenções (é não ir a eventos). Agora, se fala em cobrar estacionamento em volta do Mané Garrincha. Um verdadeiro absurdo para quem vai ao estádio assistir a um jogo ou show. Hospitais e algumas clínicas também cobram. É uma safadeza, visto que o consumidor não tem direito nesses casos. Só dever, que é o de pagar. No caso do estádio, sabemos que não há contrapartida, ou seja, luminosidade, câmeras, segurança e por aí vai. Tudo em Brasília é pago. No Aeroporto, virou tortura. Para desembarcar um passageiro, é confusão ou multa se demorar dois minutos. Uma avacalhação. Daqui a pouco, vamos pagar para estacionar dentro de nossas casas. Mas tudo está tranquilo. Nosso governador Ibaneis viajando, pouco se importa com os problemas da cidade.
» José Monte Aragão, Sobradinho
» Hoje, mais do que antes, vive-se a socialização do prejuízo e privatização do lucro. Os estacionamentos, antes públicos, foram loteados para várias empresas que cobram um absurdo para garantir uma vaga aos cidadãos. A situação chega ser medonha nas áreas onde estão instaladas clínicas e hospitais. Os valores por minuto são exorbitantes. Não há como não ter lucro. O asfalto estava lá e foi colocado com o dinheiro dos contribuintes. O investidor (se essa palavra é adequada ao explorador do espaço) instala uma guarita e uma máquina de cobrança — enorme investimento — para arrancar dinheiro do bolso das pessoas. Agora, a ideia é espalhar esse avançado modelo por várias áreas de Brasília: lucro certo seja para o governo, seja para os amigos do rei. E o transporte público? Aumenta-se a tarifa (10%) duas vezes mais do que a inflação acumulada (4,31%), mas preserva-se, fiquem tranquilos, a má qualidade do serviço prestado aos usuários. Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Como não há transporte público com uma frota suficiente para suprir a necessidade da população, a solução é andar de carro pela cidade para ir ao trabalho, fazer compras ou resolver problemas. Nesses casos, caímos nas armadilhas (estacionamentos privados) que surgem na cidade como capim no pasto. Parabéns aos formuladores e gestores dos setores de transporte e trânsito da capital federal. A eficiência governamental nos deixa muito orgulhosos de morar na capital da República, patrimônio da (des)humanidade.
» Arthur de Castro, Asa Sul
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