Correio Braziliense
postado em 16/01/2020 04:05
Pavimentação
Não é preciso ser especialista em pavimentação para constatar que a qualidade da pavimentação das vias de Brasília e regiões administrativas é péssima. Mesmo em obras executadas há pouco tempo é comum o aparecimento de defeitos precoces. Trafegar por essas vias tem sido cada vez mais um teste de perícia e paciência para desviar de tantos buracos e defeitos. Quais são as razões? Inúmeras. Primeiro, a cultura de baixa qualificação técnica dos trabalhadores que executam as obras e a falta de exigências de qualidade pelos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da obra. A maioria das falhas são as mesmas. E quais são as falhas mais comuns? Ausência de estudos, projetos técnicos e procedimentos executivos de pavimentação; desconhecimento técnico das opções de equipamentos e materiais; falhas básicas nos procedimentos de execução; sobreposição de camadas asfálticas; falta de nivelamento na pavimentação; uso indiscriminado do asfalto a frio ensacado; cultura do remendo ad eternum; tapa-buraco executado de forma errada; desnivelamento de bueiros e tampas de inspeção; interferência das companhias de água, esgoto etc. Portanto, prefiro passar um longo período de transtornos sem usar determinadas vias do DF, para que elas sejam pavimentadas na sua totalidade com eficiência e eficácia, porém, antes passar por estudos técnicos qualificados, o emprego de materiais adequados e uma gestão fiscalizadora atuante. Basta de jogar fora o dinheiro do contribuinte com o famoso asfalto “Sonrisal”.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Triângulo
Teologicamente, a figura do triângulo significa unidade e explica, simbolicamente, a Santíssima Trindade: três pessoas e um só Deus. O triângulo também é usado para representar Liberdade, Igualdade e Fraternidade. No Brasil, rico pela própria natureza, permito-me usar a figura do triângulo para representar o país real que temos diante de nós: corrupção sistêmica, inchaço (ocupação desordeanda e crescimento populacional caótico ao redor das grandes cidades) e impunidade (Justiça insegura, lenta, ineficaz e, em grande parte, corrupta). Nesse contexto, os nossos governantes administram o país voltados apenas para o mercado e para suas bases eleitorais. Desde o início pensam na reeleição (excrescência jurídica-política do governo FHC), criada em benefício próprio e sem o devido preparo do país como em outras nações do mundo. Assim, o Brasil, dominado pela politicagem e governado por demagogos, não construiu até hoje um projeto nacional de desenvolvimento discutido com a sociedade e que aconteça também no interior do sistema social. Concluo lembrando o que dizia o grande estadista inglês Winston Churchill sobre a diferença entre um demagogo e um estadista: “O demagogo decide pensando nas próximas eleições, enquanto o estadista decide pensando nas próximas gerações”. E pergunto: quando teremos um estadista governando o Brasil? O povo democraticamente melhor dirá.
» Domingos Sávio de Arruda,
Asa Norte
Funcef
Sumamente imoral, injusto e calamitoso a Caixa Econômica Federal cobrar, indiscriminadamente, de seus funcionários da ativa e aposentados, certa quantia mensal, por tempo indeterminado, para cobrir rombos do passado na Fundação dos Economiários Federais (Funcef) . Enquanto isso, os criminosos, de colarinho emporcalhado, que tentaram afundar a instituição andam soltos por aí, gozando dos frutos de sua perversidade, apenas, cutucados pela Lava-Jato, acusada de injusta por tentar combater a corrupção. Espera-se que, um dia, os que estão praticando essa injustiça contra servidores inocentes e indefesos paguem bem caro por tamanha insensatez.
» Elizio Nilo Caliman,
Lago Norte
Brasil às avessas
É inacreditável a sequência de artigos brilhantes que leio sempre na coluna Visto, Lido e Ouvido. O artigo Brasil às avessas (14/1), então, extrapola qualquer adjetivo, pois promove uma tomografia do processo jurídico brasileiro. De fato, é flagrante que as coisas que evoluem no Congresso e, particularmente, no Supremo Tribunal Federal (STF), somente o fazem na direção de garantir ao criminoso de colarinho branco todas as possibilidades de sair incólume nas ações a que responde. A derrubada da prisão em 2ª instância, pelo STF do mal, o dos 6x5. O advento do juiz de garantia, mais uma instância, projeto da Câmara de Deputados de proibir ao juiz de primeira instância emitir ordens de prisão temporária e preventiva, deixam um cidadão, como eu, octogenário, muito triste com o futuro do país. Permito-me perguntar em que pretendem tais autoridades transformar o país, num paraíso de contraventores?
» Nelson de Oliveira,
Asa Sul
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