Correio Braziliense
postado em 20/01/2020 04:14
Transporte público
O poder público trata com rigor — não poderia ser diferente — o transporte pirata, que tomou conta do Distrito Federal. A Câmara Legislativa aprovou projeto que eleva para R$10 mil a multa do motorista que for flagrado fazendo o transporte irregular. Segundo a reportagem Escolha cercada de riscos (18/1, pág. 20), os usuários reclamam — até aí, nenhuma novidade — da falta de transporte público, o que inibiria (ou quem sabe?) e decretaria o fim da pirataria. Mas o bom senso dos passageiros ressalta o desemprego, uma chaga social que empurra as pessoas para as mais diferentes atividades em busca de ganhar o pão de cada dia. A crise no transporte público é crônica. Entra e sai governo e não há uma solução definitiva para o transporte público. No Park Way, onde moro há mais de 10 anos, parece não haver pessoas que necessitam de ônibus. No bairro, conhecido como Park Way do Aeroporto, não há condução — no máximo, quatro ônibus por dia. Os trabalhadores domésticos são, compulsoriamente, obrigados a recorrer ao transporte pirata, principalmente quando os patrões não têm tempo de ir buscá-los na parada de ônibus da floricultura. A situação é caótica. Quem ali vive tem a obrigação de ter um carro particular para ir e vir do trabalho ou para se deslocar para qualquer ponto do DF. Isso é um acinte à cidadania e ao direito de ir e vir das pessoas. Trata-se de desrespeito com os trabalhadores. Discute-se a questão dos piratas, mas não há nenhum debate sério em relação aos concessionários do transporte público, fazendo com que as empresas circulem em todos os bairros da cidade. Disso, ninguém trata. Aumenta-se o valor da tarifa para que o trabalhador continue submetido ao péssimo serviço prestado pelas empresas, que manipulam o poder público como bem entendem.
» Guadalupe Gonzaga,
Park Way
Fantasma
Debaixo das goiabeiras/ à sombra dos laranjais,/um lambe-botas passeia./ Quem será esse fantasma/ que traz as vozes do além?/ É alguém alucinado?/Parece uma assombração em busca de uma “nova e pujante civilização”. Cruz-credo, te esconjuro. Tira a caveira daqui/ou, então, completa agora/ esse louco haraquiri...
» Thelma B Oliveira,
Asa Norte
Papuda
A Polícia Civil prendeu um policial penal que traficava drogas na Papuda. Os 600 gramas de maconha apreendidos renderiam em torno de R$ 100 mil ao vendedor. Não acredito que seja um caso isolado, muito menos inédito. Nos último anos, as rebeliões nos presídios na maioria das unidades da Federação, com a execução, decapitação e inceneração de corpos, mostra que os presidiários têm acesso a todos os acessórios modernos ao alcance dos cidadãos não apenados. O que faz com que os chefes de organizações comandem queima de ônibus e tumultuos nas capitais por meio celulares? Há, sem dúvida, uma grande cumplicidade dos policiais que atuam nas penitenciárias. Não é só a droga. Telefones móveis, drogas e sabe-se lá mais o que chegam aos detentos pela porta da frente. Isso é muito ruim, pois não há como desconfiar da polícia nem deixar de associá-la ao crime. Da mesma forma, pensa-se em relação ao Judiciário, quando vemos que os grandes tubarões da política, que são notórios corruptos, ou do crime organizado estão impunes, como a debochar da cara dos cidadãos honestos.
» Marco Antônio de Assis,
Águas Claras
Reeleição
Assustadora a notícia que circulou sábado nos jornais do país. O presidente Jair Bolsonaro pretende, em total incoerência, permanecer no comando do país por oito anos ou mais. Não há país, nem mesmo o Brasil com todas suas mazelas, que mereça passar por essa tormenta, provocada por crises diárias. Em um ano, o clã deu inequívocas provas da incapacidade de produzir ações que valham para a sociedade brasileira, considerando as peculiaridades nacionais, como pluralidade étnica, diversidade cultural e urgentes necessidades de políticas sociais, que eliminem as profundas desigualdades socioeconômicas. O grupo trata a coisa pública como se fosse proprietário da nação e seus interesses ou de seus apaniguados estivessem acima das demandas da maioria da população. A fome, a miséria aumentam exponencialmente; a educação está, de forma “imprecionante”, sob o comando de alguém de duvidosa capacidade para o cargo; a economia tem como meta atender os interesses de banqueiros e da minoritária parcela dos ricos. A segurança pública é vexatória. A letalidade policial merece aplausos das autoridades. No campo da saúde, não se viu e não há perspectiva de que algo de bom aconteçará, garantindo à população assistência. Há um estímulo aos planos de saúde. Quem não tem dinheiro que morra à mingua. Saneamento básico está longe de chegar às áreas carentes. Ninguém merece
» Ricardo Afonso de Oliveira,
Jardim Botânico
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