Opinião

Boas perspectivas

Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:08
Dois mil e dezenove ficou marcado no âmbito da cultura do Distrito Federal de forma negativa. Foi o período em que a classe artística perdeu um dos fomentos que mais movimentou e incentivou a cena candanga nos últimos 20 anos: o Fundo de Apoio à Cultura (FAC).

Dois editais chegaram a ser cancelados no período: o Áreas Culturais e o Audiovisual — esse acabou sendo executado depois de muita polêmica —, ambos de 2018. O recurso seria transferido para a reforma do Teatro Nacional Cláudio Santoro, ação que feria a Lei Orgânica da Cultura (LOC) e acabou sendo barrada pelo Tribunal de Contas do DF.

A boa notícia é que 2020 começou diferente. Logo após a mudança do secretário — Adão Cândido deixou a pasta para que Bartolomeu Rodrigues assumisse o cargo na Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF —, o FAC finalmente foi destravado, com o anúncio da execução do Áreas Culturais.

Dessa forma, a iniciativa cultural terá injeção de R$ 25 milhões em 269 projetos. Assim, o FAC, institucionalizado pela Lei Complementar nº 267 de 15 de dezembro de 1999, voltará a exercer sua função: “foi criado com o propósito de apoiar, facilitar, promover, difundir e fomentar projetos e atividade culturais”.

E dá para sonhar mais, pelo menos, culturalmente falando. O ano começou com assinatura do convênio com o Ministério da Justiça, que garante os recursos para a restauração da Sala Martins Penna do Teatro Nacional e a área externa do espaço. Há negociações para angariar recursos para a Sala Villa-Lobos também. Outro equipamento cultural fechado na cidade deve ser reaberto ainda este ano: o Museu de Arte de Brasília (MAB), com previsão de reinauguração em setembro.

Locais como os complexos culturais de Samambaia e Planaltina, lançados no segundo semestre de 2018, estão ativos, graças à gestão compartilhada da Secretaria com as Organizações da Sociedade Civil (OSCs), assim como o Espaço Cultural Renato Russo. O Cine Brasília revive com sessões que chamam a atenção do público, como as dos filmes Bacurau e Parasita, sul-coreano candidato ao Oscar.

Que nos 60 anos de Brasília a cidade esteja cada vez mais ativa culturalmente, com espaços sendo reabertos e com os investimentos necessários nos equipamentos em exercício e nos projetos culturais. Porque isso nada mais é do que garantir o acesso à cultura, direito básico de cidadania.

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