Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:08
Ovo da serpente
Depois da exposição bizarra de nazismo explícito do esquisito (para não usar um adjetivo mais pesado) então secretário da Cultura Roberto Alvim, sai a campo o bufão Eduardo Bolsonaro proclamando, cheio de sabedoria fake, que o “comunismo e o socialismo são piores que o nazismo”, esquecendo-se dos mais de 6 milhões de seres humanos inocentes torturados e incinerados nos campos de concentração daquele que foi o mal personificado, Hitler. É claro que não há nenhuma condição para implementação de um Estado totalitário no país como parece ser o desejo do clã Bolsonaro, mas os sinais emitidos como a demonização de qualquer oposição, a repulsa pela imprensa livre e o sentimento de propriedade de Deus e do patriotismo (que oferecem como exclusividade) são sinais preocupantes e podem ser o ovo da serpente, o gérmen de algo ruim para o Brasil e seu povo.
» José Salles Neto,
Brasília
Enem
O Enem nasceu para avaliar o ensino médio. Para lá de bem-vinda, a iniciativa punha fim ao achismo sobre o aproveitamento dos estudantes na passagem do ensino fundamental para o superior. Mas, aos poucos, se desvirtuou. Tornou-se substituto do vestibular. É a prova mais injusta que se pode imaginar. Como aplicar as mesmas questões a estudante de São Paulo e do interior do Amazonas? Passou da hora de buscar solução inteligente e justa para o acesso à universidade.
» Horácia Boutri,
Sobradinho
Comparação?
O deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que o comunismo é pior do que o nazismo. Isso é comparar o cruel com o impiedoso. O nazismo perpetrou o holocausto, o comunismo, o holodomor. Um matou com gás, o outro matou pelo confisco de alimentos. No total, o comunismo já matou perto de 150 milhões de pessoas e continua matando onde quer que se instale o regime, que promete igualdade, justiça social e abundância, mas implanta opressão, fome, miséria e retrocesso social. O nazismo não teve tempo, mas empataria em resultado. Diante disso, a exaltação ao comunismo deveria provocar o mesmo horror e indignação que a referência ao nazismo, mas não é o que se vê. Em ato da Comissão Estadual da Verdade do RJ, em 11/2/2014, foi cantada a Internacional Socialista; na Câmara dos Deputados, realizou-se sessão solene, em 7/11/2017, em comemoração aos 100 anos do início do terror bolchevique, que impôs o comunismo na Rússia. O pensamento nazista é excremento mental, o pensamento esquerdista é uma loucura política. Por isso, assim como os partidos nazistas são proibidos, os que adotam o ideário marxista também deveriam ser banidos, como foram na Polônia, na Hungria, na Ucrânia, na Moldávia, na Geórgia, na Letônia e na Lituânia. Seus povos conheceram o comunismo real na prática. Aqui, os jovens são doutrinados nas salas de aula por professores militantes e se orgulham de vestir camisetas com a imagem do comunista Che Guevara sem saber, porque isso lhes é omitido, que ele foi um assassino tão insensível quanto o nazista Himmler, comandante das SS.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
Não procede
Na coluna “Nas entrelinhas” (17/1), o conceituado cronista Luiz Carlos Azedo tece comentários sobre trechos da entrevista do secretário da Fazenda do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, publicada por um jornal carioca. Na entrevista, o candidato derrotado a presidente da República se gaba de que, em 2019, o PIB de São Paulo tenha crescido 2,6%, comparando-o com o do país, que cresceu 1,6%. O secretário jactou-se ainda que o estado deverá crescer de 3% a 3,5% em 2020. A comparação é improcedente. Comparar o todo com uma parte não tem lógica, pois, embora reciprocamente umbilicados, são universos diferentes, principalmente no que concerne às peculiaridades socioeconômicas. A performance do PIB de um estado da Federação não é independente da conjuntura nacional, pois seus resultados se interagem intrincadamente. Não se pode omitir que São Paulo, desde a década de 1930, é o estado mais desenvolvido da Federação. Seu PIB é maior que a soma dos PIBs das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Ainda é responsável por 44% da produção industrial brasileira. Em verdade, São Paulo se beneficia da “importação” de insumos produzidos pelas demais regiões, da migração da mão de obra e, sobretudo, do mercado “livre” dos estados que absorve toda a produção industrial. Em 2019, o Brasil começou a sair da maior recessão da história e, apesar das dificuldades políticas e as impostas pela Presidência do STF, ainda assim, teve um desempenho econômico positivo. Em 2020, conforme previsão do Banco Central, deverá crescer 2,9% no setor agropecuário, 2,9% no setor industrial e 1,7% nos serviços, resultando em aumento do PIB da ordem de 2,6%. Semelhante ao de São Paulo. Portanto, não é nenhum mérito São Paulo crescer igual ou mais que o país. A verdade é que o senhor Meirelles já encontrou um estado desenvolvido e pronto para surfar na onda de recuperação da economia nacional.
» Cid Lopes,
Lago Sul
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