Opinião

Artigo: Brincar é essencial

Correio Braziliense
postado em 25/01/2020 11:00
As férias escolares estão chegando ao fim, para alegria de muitos pais ou responsáveis. Conheço alguns que não veem a hora de as aulas recomeçarem. Eu lamento, porque adoro ter as crianças mais tempo em casa. Além disso, confesso que os anos letivos me deixam aflita.

A carga de responsabilidade jogada sobre as crianças está cada vez mais pesada. Para fazer frente a um mundo altamente competitivo, elas encaram uma maratona exaustiva de estudos: além das aulas normais, páginas e páginas de tarefas de casa. Há estudantes que têm de dividir o tempo também com cursos de idiomas e atividades extracurriculares em geral.

Meninos e meninas são sobrecarregados de compromissos porque os pais têm a preocupação — pertinente claro — de vê-los com uma formação capaz de garantir um futuro bem-sucedido. Há crianças, porém, com a agenda diária tão abarrotada que não sobra tempo para uma das disciplinas mais importantes: brincar.

Estudos não faltam para provar que atividades lúdicas são primordiais no desenvolvimento social, emocional e cognitivo de meninas e meninos. O lazer é um direito tão essencial que está garantido na Constituição.

É importantíssimo que as brincadeiras ocorram, principalmente, ao ar livre, com outras crianças. Dizem especialistas que, assim, elas conseguem expressar sentimentos, desenvolver a criatividade, a autonomia, as habilidades motoras. Aprendem a partilhar, a cooperar, a se relacionar em grupo, a lidar com frustrações.

As atividades são ainda mais necessárias se o lazer de crianças se limita a equipamentos eletrônicos, uma prática comum em muitos lares. Hoje, se tornou pouco frequente ver aquele bando de meninos e meninas se divertindo nas ruas, como acontecia na minha infância. E não é só o medo da violência que responde por essa nova realidade.

Brincar contribui para a formação de adultos seguros e saudáveis, física e emocionalmente. Portanto, vamos dar mais tempo para as crianças se divertirem, vamos abrir espaço na agenda delas. Não as estressemos desde já, em tão tenra idade. Preocupação com a educação, sim, mas sem esquecer que respeitar o direito de brincar é também pensar no futuro delas.

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