Estou longe de ser uma especialista no vasto universo das redes sociais e, muitas vezes, ele me parece aquele castelo fictício, onde o herói louro do desenho animado evocava sua força. Espécie de termômetro da atualidade, a tríade Facebook-Twitter-Instagram é também um retrato da efemeridade — esta, sim, uma realidade à prova do tempo. Quem sobreviverá a ela?
Na semana que passou, a sueca Greta Thunberg roubou a cena novamente em Davos, provando que consistência, construída em torno de uma causa, pode levar a algum lugar que não seja uma fama fugaz. Aos 17 anos, mobiliza 14 milhões de seguidores e faz do seu Friday for future um evento de magnitude global, que se repete há mais de um ano. A pseudopirralha de Bolsonaro é, de fato, um fenômeno de grandes proporções. E, se começou no mundo virtual, virou um personagem bem real, a ponto de abalar algumas estruturas.
Mas o que dizer do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro? Líder nas pesquisas de popularidade, abriu conta no Instagram, posando com calendário para provar que é ele mesmo, e ganhou a bagatela de 29 mil seguidores em uma hora. Ao mesmo tempo, era fritado pelo próprio governo e ameaçado de perder um braço de seu ministério.
O fato é que, desde que chegou ao Executivo, o ministro He-Man se equilibra entre as falsas declarações de amor e as cascas de banana. Por vezes, parece personagem do Banco Imobiliário: anda duas casinhas e perde três. Mas o jogo real, que transcende às redes sociais e aos discursos públicos, tem as regras da política: Moro está sendo escanteado porque pode virar um grande problema, se não pegar a vaga para o STF e resolver concorrer às eleições.
O fato é que, desde que chegou ao Executivo, o ministro He-Man se equilibra entre as falsas declarações de amor e as cascas de banana. Por vezes, parece personagem do Banco Imobiliário: anda duas casinhas e perde três. Mas o jogo real, que transcende às redes sociais e aos discursos públicos, tem as regras da política: Moro está sendo escanteado porque pode virar um grande problema, se não pegar a vaga para o STF e resolver concorrer às eleições.
Segue o baile nas redes. Hoje, a rainha dos memes, charges e ministra mais pop do governo Bolsonaro está nas páginas do Correio. As tradicionais entrevistas de domingo voltam com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Aos 55 anos, sua mais recente polêmica é a que sugere mudanças na vida sexual do brasileiro. Na conversa de quase duas horas, ela fala sobre as ameaças de morte, a dor de sofrer um estupro e o episódio “meninos vestem azul e meninas, rosa”: “Aquilo foi um start, virei uma influenciadora digital”. Olha aí a She-Ra do governo Bolsonaro…
Aos 55 anos, sua mais recente polêmica é a que sugere mudanças na vida sexual do brasileiro. Na conversa de quase duas horas, ela fala sobre as ameaças de morte, a dor de sofrer um estupro e o episódio “meninos vestem azul e meninas, rosa”: “Aquilo foi um start, virei uma influenciadora digital”. Olha aí a She-Ra do governo Bolsonaro…
Gostem ou não das posições dela, a pastora evangélica bem articulada saiu do anonimato e ganhou um rebanho virtual. E, apesar de garantir que não será candidata a nada em 2020, a ministra é hoje uma das vozes mais influentes do governo. “O povo me para na rua para elogiar. Falo o que os pais, as mães e os avós brasileiros querem ouvir“. A leitura dessa entrevista pode ajudar a decifrar um pouco os planos e a personalidade da ministra que se define como “uma conservadora piradinha”.