Correio Braziliense
postado em 26/01/2020 11:41
Uma menina ativista, um ministro popular de volta às redes, um governo que gosta de causar em praça pública… Quem ou o quê sobrevive a uma semana de fama? O que faz de alguém uma celebridade nos tempos atuais? Com quantos likes ou deslikes se constrói um herói ou um vilão?Estou longe de ser uma especialista no vasto universo das redes sociais e, muitas vezes, ele me parece aquele castelo fictício, onde o herói louro do desenho animado evocava sua força. Espécie de termômetro da atualidade, a tríade Facebook-Twitter-Instagram é também um retrato da efemeridade — esta, sim, uma realidade à prova do tempo. Quem sobreviverá a ela?
Na semana que passou, a sueca Greta Thunberg roubou a cena novamente em Davos, provando que consistência, construída em torno de uma causa, pode levar a algum lugar que não seja uma fama fugaz. Aos 17 anos, mobiliza 14 milhões de seguidores e faz do seu Friday for future um evento de magnitude global, que se repete há mais de um ano. A pseudopirralha de Bolsonaro é, de fato, um fenômeno de grandes proporções. E, se começou no mundo virtual, virou um personagem bem real, a ponto de abalar algumas estruturas.
Mas o que dizer do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro? Líder nas pesquisas de popularidade, abriu conta no Instagram, posando com calendário para provar que é ele mesmo, e ganhou a bagatela de 29 mil seguidores em uma hora. Ao mesmo tempo, era fritado pelo próprio governo e ameaçado de perder um braço de seu ministério.
O fato é que, desde que chegou ao Executivo, o ministro He-Man se equilibra entre as falsas declarações de amor e as cascas de banana. Por vezes, parece personagem do Banco Imobiliário: anda duas casinhas e perde três. Mas o jogo real, que transcende às redes sociais e aos discursos públicos, tem as regras da política: Moro está sendo escanteado porque pode virar um grande problema, se não pegar a vaga para o STF e resolver concorrer às eleições.
O fato é que, desde que chegou ao Executivo, o ministro He-Man se equilibra entre as falsas declarações de amor e as cascas de banana. Por vezes, parece personagem do Banco Imobiliário: anda duas casinhas e perde três. Mas o jogo real, que transcende às redes sociais e aos discursos públicos, tem as regras da política: Moro está sendo escanteado porque pode virar um grande problema, se não pegar a vaga para o STF e resolver concorrer às eleições.
Segue o baile nas redes. Hoje, a rainha dos memes, charges e ministra mais pop do governo Bolsonaro está nas páginas do Correio. As tradicionais entrevistas de domingo voltam com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Aos 55 anos, sua mais recente polêmica é a que sugere mudanças na vida sexual do brasileiro. Na conversa de quase duas horas, ela fala sobre as ameaças de morte, a dor de sofrer um estupro e o episódio “meninos vestem azul e meninas, rosa”: “Aquilo foi um start, virei uma influenciadora digital”. Olha aí a She-Ra do governo Bolsonaro…
Aos 55 anos, sua mais recente polêmica é a que sugere mudanças na vida sexual do brasileiro. Na conversa de quase duas horas, ela fala sobre as ameaças de morte, a dor de sofrer um estupro e o episódio “meninos vestem azul e meninas, rosa”: “Aquilo foi um start, virei uma influenciadora digital”. Olha aí a She-Ra do governo Bolsonaro…
Gostem ou não das posições dela, a pastora evangélica bem articulada saiu do anonimato e ganhou um rebanho virtual. E, apesar de garantir que não será candidata a nada em 2020, a ministra é hoje uma das vozes mais influentes do governo. “O povo me para na rua para elogiar. Falo o que os pais, as mães e os avós brasileiros querem ouvir“. A leitura dessa entrevista pode ajudar a decifrar um pouco os planos e a personalidade da ministra que se define como “uma conservadora piradinha”.
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